quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Flores na janela...




Oi mãe. Mais um ano que passamos distantes e ao mesmo tempo tão perto, não é mesmo?

Seu mundo, mãe, é onde sonho, onde sinto, onde meu olhar mareja e o meu coração me permite estar... Sinto sua falta mãe. Também sinto muita falta do tempo que não tivemos tempo.

Este ano seu aniversário coincidiu com o dia dos pais; é surreal isso, duas datas tão importantes para pessoas que amo tanto e que não poderei abraçar. 

Me lembro de você  sempre, embora tenha esquecido um monte de coisas para suportar sua ausência... E como defesa ou como benção, da infância me lembro bem pouco. Mas sinto sua falta nas horas em que dá vontade de compartilhar algo de bom ou de ruim que acontece comigo, nas febres, gripes e dores de cabeça... Nos dias das mães, nas festas de final de ano, e na doce lembrança das suas flores a enfeitar a casa... Sua coleção de samambaias choronas e suas pequenas  violetas... eram tantas e de tantas cores!!!... Ficaram na lembrança, mãe, ficaram na lembrança.

Saudade doída e sentida essa que nos permite relembrar o que finge esquecer, saudade infame que nos obriga a carregar feito fardo, esta certeza que os dias passam devagar demais, e que embora os cabelos brancos comecem a aparecer, as pequenas marcas de expressão comecem a amadurecer meus dias, ainda assim, me pareço com você, e talvez essa semelhança que nos aproxima seja a que me faça refletir dia a dia, no que poderia ter sido com você aqui.

Não consegui me tornar a mulher independente e altiva como você era. Nem tão elegante... Mas adquiri um bom gosto para música, vinhos e gastronomia (embora cozinhe muito mal) no entanto, mãe, nem de perto cheguei a ser a mulher que você foi. Nem de perto. Choro vendo novela, choro atoa, para falar a verdade, sou mais sensível, mais poética, deveria ser mais dura, mas não consegui empedrecer meu coração... E por isso, mãe, acho que ainda vou sofrer um bocado.

Domingo, deixarei flores na janela para você... Na esperança que ao você abrir as sua janela ai em cima, as veja aqui em baixo... e as receba com todo meu amor, toda minha saudade e toda a falta que você ainda me faz.

Beijos meus,
Cláudia


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