sábado, 17 de setembro de 2011

Ainda sobre a Rosa…

Publicado em 17 17UTC setembro 17UTC 2011 por Cau Oliveira


Como era temperamental a rosa do Pequeno Príncipe!

Queria ser a única em seu coração… Queria ser eternamente cativada…

Imagino sua tristeza ao vê-lo ir embora. Ela poderia ter pensado no quanto tempo duraria a viagem do Pequeno Príncipe em si mesmo, nas descobertas que descortinariam um novo olhar para o mundo e como isso iria se refletir na sua volta para casa. Se esqueceria dela? Quanto tempo demoraria em sentir sua falta?

Ela era tão vaidosa e orgulhosa por se sentir única na vida daquele Príncipezinho e no entanto ele sentia necessidade de buscar algo mais. Ela nada podia fazer em relação as angústias e anseios daquele ser que tanto amava. E ali ficou aguardando ele voltar.

E você? Tem cuidado bem de sua rosa?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Meditando sob a ótica do trecho de O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry

Publicado em 16 16UTC setembro 16UTC 2011 por Cau Oliveira


Ontem vivi uma noite de profunda tristeza. Um misto de abandono e insatisfação comigo mesma. Eu me sentia tão feliz! Tão plena, tão absurdamente amada… E de uma hora para outra estava sozinha no escuro do quarto meditando no que deixei de fazer em minha relação de amor, para que não tenha dado certo.

Me lembrei da rosa, do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint- Exupéry… E me senti como ela. Única.

Refiz em minha cabeça o trecho em que o principezinho encontra na terra um canteiro de rosas e tristemente percebe que deixou a que ele mais amava… É estranho conceber uma relação sem que ela seja única um para o outro, eu pelo menos acho que é através do companheirismo e do afeto direcionado que vamos descobrindo no outro o que o torna tão especial e diferente dos demais. A maneira de sorrir, um pequeno defeito, ou o pior deles… Tudo no outro nos chega de forma tão apaixonante que podemos dizer ser esta única no nosso universo.

Mas porque preferimos ferir a quem tanto amamos? Porque essa eterna busca que não chega a lugar nenhum? - Como diz o Pequeno Príncipe, “o que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar”. Acho que é isso mesmo. Quando nos apaixonamos ganhamos da vida um presente, ele carrega todo amor e toda a ternura de quem o deu, a expectativa no desembrulhar e encontrar ali o coração do outro é sublime.

O canteiro de roseiras tão iguais e falantes me lembra muito os problemas e dificuldades do dia a dia, dos infortúnios e temperamentos nem sempre parecidos… Coisas que a gente pode modificar e entender no outro e prefere abrir mão destes detalhes… Mas são estes pequenos detalhes que a gente acaba deixando de desfrutar quando temos uma única rosa. Nos perdemos na algazarra que ecoa feito cascas sem conteúdo. Mas sobre isso, prefiro que o próprio Pequeno Príncipe dê seu conselho:

“_ Os homens de teu planeta cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim… e não encontram o que procuram…”
“_ E, no entanto, o que eles procuram poderia ser encontrado numa só rosa, ou num poço de água.”
“_ Mas os olhos são cegos. É preciso ver com o coração…”

TRECHO DO TEXTO MEDITADO:

… Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.

- Bom dia! – disse ele.

Era um jardim cheio de rosas.

- Bom dia! – disseram as rosas.

Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.

- Quem sois? – perguntou ele espantado.

- Somos as rosas – responderam elas.

- Ah! – exclamou o principezinho…

E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ela era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

“Ela teria se envergonhado”, pensou ele, “se visse isto… Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade…”

Depois, refletiu ainda: “Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso…”

E, deitado na relva, ele chorou.

OUTRA PARTE:

O pequeno príncipe foi rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.

As rosas ficaram desapontadas.

- Sois belas, mas vazias – continuou ele, – Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então à raposa:

- Adeus… – disse ele.

- Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração.

“Só se vê bem com o coração” – repetiu o principazinho, para não esquecer.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… -repetiu ele, para não se esquecer.

- Os homens esquecem essa verdade – disse ainda a raposa. – Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa… – repetiu o principezinho, para não se esquecer. “

Com todo meu amor, para meu príncipe.

Crédito da imagem: http://angelcris-angelcris.blogspot.com/2009/08/o-p

O amor que não se fala…

Publicado em 15 15UTC setembro 15UTC 2011 por Cau Oliveira

“Só porque alguém não expressa seus sentimentos da mesma maneira que você não quer dizer que esse alguém não o admira e não te quer com todas suas forças… Respeitar e compreender o jeito de cada um não é uma tarefa das mais fáceis. Cada um tem um jeito todo seu… uma característica toda sua… seja no olhar, no sorriso, na forma de abraçar. Nem só de EU TE AMO sobrevive uma relação, nem só de flores é feita a história do casal. Tem que haver um certo compromisso com a cumplicidade, com o companheirismo, com a serenidade na ausência. Nem sempre conseguimos compreender o que não se fala… O amor se expande e se mostra no abraço apertado da saudade, na lágrima comovida da tristeza, no sentimento que não se explica diante da presença do outro. Tudo isso nem sempre sabemos demonstrar. E te digo: – Vale mais que mil palavras. ”

Generosidade.




Uma das coisas mais bonitas que a vida me insiste em mostrar é a generosidade que existe em todos os seres. Seja na beleza da flor que se abre, seja no canto do pássaro que mesmo engaiolado harmoniza o ambiente que vive…

A generosidade está no coração que ama de forma incondicional e verdadeira, está em quem tem a pureza em seu ser…. Está ai para todos e expande.

Shantiniketan




Não sei explicar os caminhos da evolução do meu amor que transcendeu as preocupações que antes trazia comigo tal qual bagagem pesada. Mas trago comigo uma alegria imensa em poder compartilhar este sentimento em sua mais pura essência como um gesto de humildade e porque não dizer sublime reverencia.

Na última terça-feira conheci o Espaço Shantiniketan e pude sentir toda a harmonia vibrando com tamanha energia e esplendor que me emocionou ternamente.

Shantiniketan é um Espaço Sagrado. Um templo. Um lugar para se despojar dos medos, inseguranças, imagens visuais que vão saturando nossa percepção… Um lugar diferente – para quem quer ir além das aparências e conhecer a si mesmo, evoluir e educar seu SER.

O acolhimento se dá já no primeiro instante, em um abraço de amor puro e sem nenhuma conotação de vaidade. Logo após, uma surpresa! – Uma saudação tão pura e tão contundente de Hadesh que mais parecia um menino reencontrando um amigo a muito ausente! Sorriso largo, abraço tão afetuoso e expansivo para com todos que lá se achegam.

A casa, os ornamentos, as plantinhas, o altar das Dinvidades, os desenhos pintados no chão como um tapete bem cuidado que diz: “Seja bem vindo ao lar” “Sinta-se em paz”. Aliás, Shantiniketan em sânscrito significa – O Aconchego de Deus ou Santuário da Paz – acho que não preciso dizer mais nada né?

A vida nos dá oportunidades de aprendizado e iluminação todos os dias. No dia 06/09 vi um casal de passarinhos tomando banho na piscina do ashran e depois secarem ao sol. Vi flores coloridas a enfeitar cada pedacinho da casa, do templo, do espaço, dando boas vindas a cada um que ali estava… Também vi o amor fluir em sua essência, como uma doação ao Criador simplesmente por existir e estarmos ali. Foi assim minha tarde de feliz reencontro, de doces companhias e salutar exercício de reequilíbrio energético.

Deixei a casa com a alma leve e florida como o jardim interno de Shantiniketan. Com a leveza de quem acredita na expansão do amor universal através da meditação, reflexão, análise e comunhão com o Divino. Vibrando com a consciência de ter estado por algumas horas em um lugar de crescimento espiritual que nos presenteia com pequenas minúcias, pequenas pérolas de amor, generosidade, retidão e desprendimento.

Para Sri Hadesh e sua equipe com todo meu amor e gratidão

Particularidades…




Quando finalmente entendi e conscientizei que sou uma particularidade no universo. Única com todas as minhas qualidades, defeitos e potencialidades… Quando vi meu reflexo no espelho e me entendi como um ser único, autêntico e evoluindo sempre… Pude ver o outro em sua totalidade, em sua essência. Pude amá-lo como realmente é. Sensibilizar-me com suas dificuldades, sorrir com seus progressos.

A vida é cheia de particularidades. Minúsculas. Mas todas elas muito importantes.

Lindo final de semana.

sábado, 27 de agosto de 2011

Storm



Porque nem sempre as tempestades chegam junto com a primavera…

Já me dei conta que amo um conflito. E também já percebi que não estou sozinha nesta inútil batalha travada comigo mesma… Um monte de gente tem este especial poder de travar batalhas homéricas consigo mesmo, e assim como eu, vivem em constante dilema.

No entanto os conflitos são importantes, nos fortalecem a medida que nos fazem pensar e reagir contra os efeitos negativos que nos trazem tantos sofrimento. Muitas vezes os conflitos são benéficos – nos fazem ir além de nós mesmos e nos dá ferramentas para observar o que está de fato acontecendo em nossa volta, e no que podemos mudar (interferir) silenciar (esperar o outro se acalmar) falar (buscar entendimento) sobre nossos muitos “eus” internos.

Harmonia é tão importante na nossa vida e tão difícil de ser conquistada, não é mesmo?

Quando tudo concorre para que a harmonia chegue em nossa vida nos deparamos com o marasmo que não estamos acostumados e ficamos enlouquecidos com isso… O pacífico nos assusta. Daí a insistência de algum conflito para renovar as águas paradas dos sentimentos, revigorar aquilo que já está bom. Mas o bom nem sempre nos basta, e ai? … É essa a dificuldade da harmonia. É essa a essência da tempestade…

Não vou dizer que estar em constante tempestade é bom, nem mesmo sugerir que isso ocorra com você. As tempestades causam danos muitas vezes irreversíveis no pensamento da gente… Fragmenta a alma em mil faces. Então, peço que reflita comigo sobre a abundancia de formas e sensações da primavera… suas cores e aromas que nos transporta para o melhor de nós mesmos, e nas chuvas cálidas que nos emocionam tantas vezes. Esqueça as tempestades se não pode com elas. São belas e hipnotizantes, eu sei. Mas é necessário ter coragem e ousadia para admirá-las. Há tanto poder nelas não é mesmo? Seus raios poderosíssimos a atingirem o solo e sua força em forma de água e vento constante a se espalhar por toda a terra. Eu sei e entendo sua energia e força, mas sei também que concentrada como é, se perde muito facilmente… tão diferente da calma chuva que de forma fina e constante vai se tornando perene e fértil!

Permanecer é estar vivo. É decidir-se. Muitas vezes no limite da impaciência e do volume de pressão interior somos tempestade, outras, somos chuva calma. Nada é tão intenso quanto a vida, nada é tão lindo quanto nossas estações. Talvez esteja ai a chave para tantas respostas que buscamos pela vida a fora… Observar nossas estações e florecer com elas.

É preciso ter coragem para decidir… É preciso ter coragem para compartilhar. E é essa a beleza da vida, ela exige. E essa própria exigência que nos oferece flores na primavera. Cabe a nós saber colhê-las antes ou depois das tempestades e calmarias…

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Buscando inspiração…



Há dias venho buscando inspiração… tenho tanto a dizer e no entanto acho que minhas emoções estão tão emaranhadas como os cachos dos meus cabelos… Tem coisas absurdas passando em minha cabeça!

Ando sem inspiração para ser mais exata. E por isso peço muitas desculpas.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Páscoa do Renascimento...


Segundo as tradições cristãs, a páscoa significa o Cristo ressurgido, renascido, vindo nos provar que a morte é apenas um estado, um momento e que a vida material é pequena diante os mistérios e beleza da vida espiritual.

Cristo nos dá um exemplo maior de humildade e renuncia, deixando-se levar pela ode de corruptos, ladrões, idólatras e falsos profetas. Ele nos mostra "ser humano" ao se compadecer, na cruz, do ladrão crucificado ao seu lado... ele mostra "ser divino" ao sentir nossas dores em seu duro calvário.

Ao meditar sobre a páscoa como um tempo de renascer, vejo que nós sempre estamos buscando algo, e deixando para trás algo... mas estamos próximos de Deus em nossos passos? Buscamos realmente a cada dia renascer nos mistérios de Deus?

Hoje quero compartilhar algo com vocês. Algo maior que a mim mesma... A ESPERANÇA.

Ouse meditar neste mistério Pascal como a esperança divina... uma benção que você sente em seu íntimo que vai chegar. E que não importa o tempo que demore, não importa os artifícios que o mundo use, você guarde sua esperança como um tesouro; um bem maior, seu patrimônio.

Fiz isso durante anos! Guardei minha esperança como algo mais puro em mim e por isso mesmo secreto. E em segredo, Deus escutou minha alma, e quando menos esperava, eis minha esperança se tornando milagre!

O tempo de Deus é uma páscoa! O tempo de Deus é um renascimento em nossa alma! E pode acontecer a qualquer momento...

Hoje minha esperança não é mais um segredo, mas um milagre. CONCRETO. REAL. VIVO. ÚNICO. Continua puro, cristalizado em meu coração como um diamante... mas tenho algo para contar!

Nada é mais renovador do que a misericórdia de Deus que se refaz sobre nós a cada manhã. Deus tem a capacidade de trazer o "novo" sobre nós. A dádiva da vida e da esperança são sonhos que caminham sempre juntos e Deus nos guarda como pequenos diamantes em seu seio.

Tenhamos nossa fé renovada nesta páscoa. Tenhamos esperanças cristalizadas em nosso coração. Sejamos milagre nas vidas das pessoas que amamos. E guardemos nossos sonhos nos braços do Pai.



Uma linda páscoa a todos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUANDO A FELICIDADE CHEGA...

É engraçado o seu humano. Tem todos os mecanismos para ser feliz e no entanto precisa do exemplo do outro para dar um passo a frente. Tem que ver o esforço do amputado a caminhar de cabeça erguida, do cego a atravessar uma rua com independência, uma criança fazendo tratamento de câncer... é preciso se comover para entender que tem tudo nas mãos.

Não é preciso ter muito para ser feliz. Mas é preciso SER muito.

Ser feliz é um processo tão grandioso quanto espontâneo. Não depende de terceiros. Nasce de você e só por você sobrevive como que numa constante efervescência. É como se apaixonar pela primeira vez... o coração parece saltar, os olhos brilham e a gente tem a vaga noção que ouve pássaros cantando...

Quando a felicidade chega assim, sem motivos, sem pássaros cantando, sem amores que nos aproximam, sem a comoção do exemplo do outro; nos sentimos amendrontados. É como se não merecêssemos. Mas merecemos sim!

Sem apologias divinas ou religiosas, mas se algo tão bom chegou até você talvez seja porque a muito tempo, mesmo sem saber você vem cultivando isso ao seu redor. Seja com um sorriso amigo, palavras doces, um abraço que conforta.

Aceite esse presente da vida sem o temor de não merecê-lo.
Abençõe-o. Cuide-o. Proteja-o.

O amor lava uma multidão de pecados, já dizia o santo... Então aprenda a amar já toda a felicidade que chega.

COM TODO MEU CARINHO E TERNURA NESTA MANHÃ DE SEGUNDA A VOCÊ QUE ME FAZ TANTO BEM.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

DO AMOR E DE TANTAS OUTRAS COISAS...

Ela o conheceu no trabalho: - Ele se vestia de maneira discreta, simples, um tanto quanto relaxado demais, pensou... Mas afinal, solteiro e sozinho, não tinha quem cuidasse desses detalhes tão femininos.

Ele a conheceu em uma reunião de trabalho: - Vestia-se lindamente em um vestido vaporoso, tinha um sorriso largo e usava um perfume envolvente. E meu Deus! Que coxas eram aquelas!!!

Ela confiou que ele estava disponível: - Um casamento aberto e mal resolvido, foi o que ele disse. Um dia ele estaria totalmente livre para amá-la.

Ele não via problemas em uma transa com ela: - Ela sabe que sou comprometido e que não posso estar a todo tempo, mas posso ser um “amigo colorido”... Afinal, ela tem umas coxas!!!

Ela confiava nele: - Como ele é desprendido! Como ele tem o prazer de me orientar no meu trabalho e repartir o que sabe comigo... Estou encantada! Não, estou apaixonada....

Ele a manipulava: - Você precisa aprimorar no acabamento de suas peças entende, precisa direcionar seu trabalho... Ter foco! (enquanto isso maquiava suas idéias e as expunha como se fossem dele)

Ela acreditava nele.
Ele a usava.

Outras vieram.
Outras foram usadas como ela...

Ela refez seu caminho e não olhou pra trás.

Ele se fez de vítima para a próxima coitada e assim continuou usufruindo das idéias, dos sonhos e dos louros plantados por elas.

Nada de sentimentos existia ali.
Do amor: - só a fachada.
Das outras coisas: (um monte delas) só as incaltas e ele saberiam dizer.


*Para todas as mulheres sonhadoras e carentes que um dia caíram nessa estranha teia.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

HÁ ALGO NOVO NO AR!!!

HÁ ALGO NOVO NO AR!!!

A vida fica um pouco estranha quando algo novo acontece...

Seja uma nova conquista, um novo trabalho que nos obriga a ampliar nossos horizontes, uma nova paixão que de forma avassaladora nos transmuta, transforma, expulsa nossos demônios de todos os cárceres que existiam em nosso peito.

Porque hoje há algo diferente em nosso coração, um certo sentimento de contentamento e felicidade se expande como uma chama e isto pode estar acontecendo muito além do que se pode conceber... Perceber isso pode identificar esta excitação e toda essa vontade de estar longe de tudo que se vive e viveu até então. Cada onda de energia positiva que chega vem sob a forma de pessoas interessantes, mas explicar tudo isso é muito complicado.

Não se explica o amor à camisa de um time de futebol a namorada que se sente traída por ficar de fora no jogo de final... Entre o timão e o romance...

Adeus romance.

Podemos ficar desapontados porque estamos distraídos demais para fazer uma conexão real das paixões e as nuances que advém da vitória. E é ótimo que haja tanta coisa acontecendo porque isso significa mudança, renovação...

A gente fica angustiado sempre que algo novo chega, o medo de não pertencer mais a tudo que estamos acostumados e desatar o nó que nos prende a tudo que construímos até então, é muito difícil. E a angustia aumenta quando nos damos por conta de tudo que amamos nem sempre nos mostra uma face real e sem make.

A excitação fica no meio do caminho entre ter uma maior interação com o novo e voltarmos a nossas origens. Temos orgulho de tudo que construímos e nos tornamos... Mas temos uma vontade insana de abrir os braços para essa nova emoção que nos atordoa, tira nossos pés do chão, deixa nossa vida de ponta cabeça e ainda assim nos faz imensamente feliz.

Seja um novo amigo, um novo trabalho, uma nova paixão ou romance... Lá estamos envolvidos, seduzidos, extasiados, presos a este sentimento que nos angustia e devora, mas que também nos transforma e enriquece.

Bons ou maus presságios podem surgir. E daí?

Sigamos nosso coração que palpita diante do novo e submerge a goles inebriantes neste cálice profundo... Inspire-se! Há algo novo no ar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

BOUDIN NOIR

BOUDIN NOIR... Uma forma francesa de servir o velho e bom chouriço brasileiro...

Sabe aquele tipo de gente que pra fazer bonito usa palavras difíceis:

Pois é, o mundo ta cheio deles... sem falar dos pseudos ricos, dos falsos burgueses e daquelas peças raras deslumbradas que compram água Perrier uma vez na vida e depois enchem a garrafa com água torneiral e coloca na geladeira...

Já faz algum tempo que venho observando a obsessão que temos pelas referencias francesas quando o assunto é gastronomia.

Já não basta mais fazer biquinho e dizer bistrô. A sofisticação ultrapassou a fronteira da língua e do chef... agora tem que vaporizar a comida e discutir o DNA da abobrinha.

O bom gourmet tem que saber a quantidade exata das lascas de cogumelo negro colhido ao entardecer de um dia de primavera... Mas não precisa saber necessariamente distinguir o sabor; tem que harmonizar o vinho com a sobremesa sem saber se o prazer deste rememora os festins do passado.

Hoje é falta de educação ser bom de garfo. PF nem pensar!!!
Pequenas e intragáveis porções de arrogância e falsa sofisticação nos são servidas em caríssimos pratos pintados a ouro.

E em casa, ou num encontro de amigos, para quem não come caviar todo o dia, vamos degustar a mais nova iguaria do “Bistrô Lê Butikin”... Bourdin Noir... Que em bom português significa o velho e bom chouriço.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Workaholic

Workaholic

Ela chegou em casa depois de um longo dia de trabalho. Descalçou os sapatos, largou a bolsa sobre a cadeira e enquanto a secretária eletrônica informa os recados vai tirando as roupas... na mente as vozes e recados se misturam... está cansada demais para entender e desassociar um recado do outro.

Abre a torneira e deixa o jato de água cair sobre sua pele alva... um suave aroma de flor do campo se mistura ao vapor da água. Últimos suspiros do perfume que usou durante todo o dia. Passa maquinalmente a espuma de banho por todo o corpo enquanto se pergunta porque foi tão tonta em deixar seu chefe a tratar mal durante todo o dia – não se perdoa por isso e esfrega com mais firmeza a esponja pelo corpo.

Segue neste ritual até ouvir uma voz masculina.

É seu chefe se desculpando e aproveitando a ocasião para cobrar o trabalho que segundo ele, deveria ter sido entregue naquela tarde.

Puta merda! Nem em casa tenho paz! – pensa enquanto se seca.

Raivosa, pega o telefone pronta para dizer poucas e boas, mesmo que sacrifique seu trabalho e sua carreira, afinal cinco anos de empresa e nenhum reconhecimento não é nada fácil.

- Pronto Dr. Bueno, não se preocupe... amanhã mesmo estará na sua mesa!

E assim, entre fatias de pão e suspiros inconformados, senta-se a frente do computador para fazer uma das muitas funções que deixou pendentes durante o dia.
...

...Workaholic é uma expressão em inglês que designa uma pessoa viciada em trabalho ou outra atividade. É uma variação da palavraalcoholic (alcoólatra).
As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta competitividade, vaidade, ganância, necessidade de sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo. Como resultado da influência de uma pessoa viciada em trabalho, pode-se perceber geralmente alguns fatores interessantes: o primeiro deles é que este tipo de pessoa geralmente não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele, acaba por deixar de lado seu parceiro, filhos, pais, amigos. Os seus melhores amigos passam a ser aqueles que de alguma forma tem ligação com seu trabalho.
De outro lado, este tipo de pessoa sofre por trazer para si uma qualidade de vida muito ruim, pois as pressões do dia-a-dia e a auto-estima exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, surto de mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão ou desconformidade teste (com os resultados que ele esperava) e pode chegar a causar depressão, entre outros efeitos nocivos. Mas uma das mais severas consequências é o medo de fracassar. Este medo condiciona e impulsiona o viciado a tentar cada vez mais forte e mais concentrado na busca por resultados.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Crônica das amizades perdidas

Tenho pensado na inconstância dos sentimentos... Quando e porque será que pessoas saem da nossa vida. Pessoas que julgávamos importantes, indispensáveis, essenciais.

Tento entender esse processo que há em mim como quem observa a mecânica de um relógio... Suas pequenas roldanas, molas e pinos... Se um bambeia ou trava, todo o conjunto enzebra (como diria meu saudoso pai).

O que será que aconteceu com meu pino. Bambeou, travou ou quem sabe perdeu-se...

A gente todo dia encontra um novo compromisso com a vida, novos valores, novas pessoas entram e saem de nosso circulo social; talvez seja mesmo por isso que nos tornamos inconstantes nos sentimentos e emoções, talvez seja essa a corda do nosso relógio mecânico que impulsiona todo o resto a ir além, marcando o tic tac dos nossos calcanhares.

Estou na dúvida sobre o que fazer com este sentimento, agora que eu sei que o trago em mim.

Ainda não tenho certeza do que despertei e do que matei em minhas emoções. Isso me deixa estranhamente tensa como quem comete erros e sabe que os cometeu. Vou tentando apagar as lembranças agradáveis e as doídas para no final zerar minhas próprias horas. Mas em vão este desconforto fenece.

Não consigo retroceder-me. Não consigo seguir também. Trago o gosto estranho de quem experimentou um veneno doce. Um misto de alívio, tormenta, desilusão, saudade e estupidez.

Acovardo-me diante dos fatos e em torno dos meus pensamentos. Olho as horas que passam sem me esperar. E na madrugada vazia, ouvindo um fado triste findo o último gole de malbec nesta noite solitária...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Minha Primeira Crônica

É HORA DE ACORDAR...

Tem uma construção de um prédio na rua de trás da minha casa que já está se tornando de difícil convivência... Às cinco e meia da manhã acordo com os gritos dos primeiros operários acordando o vigia e daí para o barulho das betoneiras, ferros sendo arrastados e outros tantos barulhos que desconheço de onde possam surgir, é um pulo.

É hora de acordar. Não tem jeito... Então me sinto ameaçada pela verticalização do prédio... Ele me inibe a abrir as janelas... Não posso mais vigiar os sabiás e pardais degustarem as frutas do meu pequeno quintal. Tampouco, ouvir as músicas que gosto.
Resta-me o consolo da leitura, mas como me concentrar...

Tomo meu café suspeitando que meu dia vá ser de mal a pior quando súbito, me vem à cabeça uma idéia.

Sorrio e pego minha caneca enquanto com o livro em baixo do braço me direciono a porta.

Saio feliz a caminho da enorme praça que fica a poucos metros de minha casa. É uma manhã linda de céu azul e sol... Crianças brincam no parquinho de areia e casais fazem caminhadas... Sento em um banco aliviada.

Eu, meu café e meu livro agradecemos ao dia nos sentindo vingados.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Solte a Panela!!!

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo. Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.
(Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela! A.D.)

Reflexão de Janeiro... 07/01/2011

"No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor" 1Jo4,18



Uau! Peguei pesado dessa vez...rss

Mas... C'est La Vie.

Tanto se fala, pensa, comemora a pureza do amor, então porque o temor?

Eu respondo: - Porque somos tão medíocres a ponto de renunciarmos ao fardo. E no fundo, em cada um de nós pesa algum bom bocado de imperfeições, inseguranças e monstros devoradores de almas puras.

Efetivamente, para amar na amplitude do termo, há que se ter muita coragem, pois o amor importa em lealdade e ser leal pede renúncia aos próprios desejos, quando isso for necessário à perfeição do amor.

Ficamos meio que presos a ilusão de amor que nada pede em troca, nada sugere, nada conduz. Apenas é. Tal qual um monge budista que comtempla o vazio.

Mas não o queremos assim. Ah não! O amor é fogo que arde e vai lá Deus saber onde queima!

Temos medo enorme do futuro que nos cerca. E temos um medo maior ainda de não sermos amados, reconhecidos por nossos valores, contemplados por nossas virtudes... somos imperfeitos, queridos!
Não há nada de errado nisso. Escutou? Vou repetir...

Não há nada de errado nisso. Somos imperfeitos. Temos medo sim de não sermos aceitos, temos as mãos frias e úmidas na incerteza de uma decepção... o amor causa sim, taquicardia... e morre-se sim por amor!

Não somos perfeitos. Mas podemos lutar contra nossas imperfeições a partir do momento que aceitamos nossas falhas como cicatrizes de uma jornada, e ter receio do castigo que nós mesmos trazemos em nosso subconsciente tal qual crianças desobedientes.

Ser fiel a um amor... leal a um sentimento é algo tão humano quando sentir repulsa pelo o outro.

Ninguém tem obrigação de nos amar. Nós temos!

Ai é que se encontra a divina perfeição. Aceitar-mos. Tal qual somos. Amar a nós mesmos com nossas falhas, nossos desarcertos, nossos lamentos... as virtudes a gente lança fora para que os outros vejam e admirem... as infermidades da alma... essas; tratemos de curá-las nós mesmos, isso se quisermos não temer a ver no outro aquilo que temos guardado.

Uma linda sexta. Primeira do ano....

Cau.