segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUANDO A FELICIDADE CHEGA...

É engraçado o seu humano. Tem todos os mecanismos para ser feliz e no entanto precisa do exemplo do outro para dar um passo a frente. Tem que ver o esforço do amputado a caminhar de cabeça erguida, do cego a atravessar uma rua com independência, uma criança fazendo tratamento de câncer... é preciso se comover para entender que tem tudo nas mãos.

Não é preciso ter muito para ser feliz. Mas é preciso SER muito.

Ser feliz é um processo tão grandioso quanto espontâneo. Não depende de terceiros. Nasce de você e só por você sobrevive como que numa constante efervescência. É como se apaixonar pela primeira vez... o coração parece saltar, os olhos brilham e a gente tem a vaga noção que ouve pássaros cantando...

Quando a felicidade chega assim, sem motivos, sem pássaros cantando, sem amores que nos aproximam, sem a comoção do exemplo do outro; nos sentimos amendrontados. É como se não merecêssemos. Mas merecemos sim!

Sem apologias divinas ou religiosas, mas se algo tão bom chegou até você talvez seja porque a muito tempo, mesmo sem saber você vem cultivando isso ao seu redor. Seja com um sorriso amigo, palavras doces, um abraço que conforta.

Aceite esse presente da vida sem o temor de não merecê-lo.
Abençõe-o. Cuide-o. Proteja-o.

O amor lava uma multidão de pecados, já dizia o santo... Então aprenda a amar já toda a felicidade que chega.

COM TODO MEU CARINHO E TERNURA NESTA MANHÃ DE SEGUNDA A VOCÊ QUE ME FAZ TANTO BEM.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

DO AMOR E DE TANTAS OUTRAS COISAS...

Ela o conheceu no trabalho: - Ele se vestia de maneira discreta, simples, um tanto quanto relaxado demais, pensou... Mas afinal, solteiro e sozinho, não tinha quem cuidasse desses detalhes tão femininos.

Ele a conheceu em uma reunião de trabalho: - Vestia-se lindamente em um vestido vaporoso, tinha um sorriso largo e usava um perfume envolvente. E meu Deus! Que coxas eram aquelas!!!

Ela confiou que ele estava disponível: - Um casamento aberto e mal resolvido, foi o que ele disse. Um dia ele estaria totalmente livre para amá-la.

Ele não via problemas em uma transa com ela: - Ela sabe que sou comprometido e que não posso estar a todo tempo, mas posso ser um “amigo colorido”... Afinal, ela tem umas coxas!!!

Ela confiava nele: - Como ele é desprendido! Como ele tem o prazer de me orientar no meu trabalho e repartir o que sabe comigo... Estou encantada! Não, estou apaixonada....

Ele a manipulava: - Você precisa aprimorar no acabamento de suas peças entende, precisa direcionar seu trabalho... Ter foco! (enquanto isso maquiava suas idéias e as expunha como se fossem dele)

Ela acreditava nele.
Ele a usava.

Outras vieram.
Outras foram usadas como ela...

Ela refez seu caminho e não olhou pra trás.

Ele se fez de vítima para a próxima coitada e assim continuou usufruindo das idéias, dos sonhos e dos louros plantados por elas.

Nada de sentimentos existia ali.
Do amor: - só a fachada.
Das outras coisas: (um monte delas) só as incaltas e ele saberiam dizer.


*Para todas as mulheres sonhadoras e carentes que um dia caíram nessa estranha teia.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

HÁ ALGO NOVO NO AR!!!

HÁ ALGO NOVO NO AR!!!

A vida fica um pouco estranha quando algo novo acontece...

Seja uma nova conquista, um novo trabalho que nos obriga a ampliar nossos horizontes, uma nova paixão que de forma avassaladora nos transmuta, transforma, expulsa nossos demônios de todos os cárceres que existiam em nosso peito.

Porque hoje há algo diferente em nosso coração, um certo sentimento de contentamento e felicidade se expande como uma chama e isto pode estar acontecendo muito além do que se pode conceber... Perceber isso pode identificar esta excitação e toda essa vontade de estar longe de tudo que se vive e viveu até então. Cada onda de energia positiva que chega vem sob a forma de pessoas interessantes, mas explicar tudo isso é muito complicado.

Não se explica o amor à camisa de um time de futebol a namorada que se sente traída por ficar de fora no jogo de final... Entre o timão e o romance...

Adeus romance.

Podemos ficar desapontados porque estamos distraídos demais para fazer uma conexão real das paixões e as nuances que advém da vitória. E é ótimo que haja tanta coisa acontecendo porque isso significa mudança, renovação...

A gente fica angustiado sempre que algo novo chega, o medo de não pertencer mais a tudo que estamos acostumados e desatar o nó que nos prende a tudo que construímos até então, é muito difícil. E a angustia aumenta quando nos damos por conta de tudo que amamos nem sempre nos mostra uma face real e sem make.

A excitação fica no meio do caminho entre ter uma maior interação com o novo e voltarmos a nossas origens. Temos orgulho de tudo que construímos e nos tornamos... Mas temos uma vontade insana de abrir os braços para essa nova emoção que nos atordoa, tira nossos pés do chão, deixa nossa vida de ponta cabeça e ainda assim nos faz imensamente feliz.

Seja um novo amigo, um novo trabalho, uma nova paixão ou romance... Lá estamos envolvidos, seduzidos, extasiados, presos a este sentimento que nos angustia e devora, mas que também nos transforma e enriquece.

Bons ou maus presságios podem surgir. E daí?

Sigamos nosso coração que palpita diante do novo e submerge a goles inebriantes neste cálice profundo... Inspire-se! Há algo novo no ar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

BOUDIN NOIR

BOUDIN NOIR... Uma forma francesa de servir o velho e bom chouriço brasileiro...

Sabe aquele tipo de gente que pra fazer bonito usa palavras difíceis:

Pois é, o mundo ta cheio deles... sem falar dos pseudos ricos, dos falsos burgueses e daquelas peças raras deslumbradas que compram água Perrier uma vez na vida e depois enchem a garrafa com água torneiral e coloca na geladeira...

Já faz algum tempo que venho observando a obsessão que temos pelas referencias francesas quando o assunto é gastronomia.

Já não basta mais fazer biquinho e dizer bistrô. A sofisticação ultrapassou a fronteira da língua e do chef... agora tem que vaporizar a comida e discutir o DNA da abobrinha.

O bom gourmet tem que saber a quantidade exata das lascas de cogumelo negro colhido ao entardecer de um dia de primavera... Mas não precisa saber necessariamente distinguir o sabor; tem que harmonizar o vinho com a sobremesa sem saber se o prazer deste rememora os festins do passado.

Hoje é falta de educação ser bom de garfo. PF nem pensar!!!
Pequenas e intragáveis porções de arrogância e falsa sofisticação nos são servidas em caríssimos pratos pintados a ouro.

E em casa, ou num encontro de amigos, para quem não come caviar todo o dia, vamos degustar a mais nova iguaria do “Bistrô Lê Butikin”... Bourdin Noir... Que em bom português significa o velho e bom chouriço.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Workaholic

Workaholic

Ela chegou em casa depois de um longo dia de trabalho. Descalçou os sapatos, largou a bolsa sobre a cadeira e enquanto a secretária eletrônica informa os recados vai tirando as roupas... na mente as vozes e recados se misturam... está cansada demais para entender e desassociar um recado do outro.

Abre a torneira e deixa o jato de água cair sobre sua pele alva... um suave aroma de flor do campo se mistura ao vapor da água. Últimos suspiros do perfume que usou durante todo o dia. Passa maquinalmente a espuma de banho por todo o corpo enquanto se pergunta porque foi tão tonta em deixar seu chefe a tratar mal durante todo o dia – não se perdoa por isso e esfrega com mais firmeza a esponja pelo corpo.

Segue neste ritual até ouvir uma voz masculina.

É seu chefe se desculpando e aproveitando a ocasião para cobrar o trabalho que segundo ele, deveria ter sido entregue naquela tarde.

Puta merda! Nem em casa tenho paz! – pensa enquanto se seca.

Raivosa, pega o telefone pronta para dizer poucas e boas, mesmo que sacrifique seu trabalho e sua carreira, afinal cinco anos de empresa e nenhum reconhecimento não é nada fácil.

- Pronto Dr. Bueno, não se preocupe... amanhã mesmo estará na sua mesa!

E assim, entre fatias de pão e suspiros inconformados, senta-se a frente do computador para fazer uma das muitas funções que deixou pendentes durante o dia.
...

...Workaholic é uma expressão em inglês que designa uma pessoa viciada em trabalho ou outra atividade. É uma variação da palavraalcoholic (alcoólatra).
As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta competitividade, vaidade, ganância, necessidade de sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo. Como resultado da influência de uma pessoa viciada em trabalho, pode-se perceber geralmente alguns fatores interessantes: o primeiro deles é que este tipo de pessoa geralmente não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele, acaba por deixar de lado seu parceiro, filhos, pais, amigos. Os seus melhores amigos passam a ser aqueles que de alguma forma tem ligação com seu trabalho.
De outro lado, este tipo de pessoa sofre por trazer para si uma qualidade de vida muito ruim, pois as pressões do dia-a-dia e a auto-estima exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, surto de mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão ou desconformidade teste (com os resultados que ele esperava) e pode chegar a causar depressão, entre outros efeitos nocivos. Mas uma das mais severas consequências é o medo de fracassar. Este medo condiciona e impulsiona o viciado a tentar cada vez mais forte e mais concentrado na busca por resultados.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Crônica das amizades perdidas

Tenho pensado na inconstância dos sentimentos... Quando e porque será que pessoas saem da nossa vida. Pessoas que julgávamos importantes, indispensáveis, essenciais.

Tento entender esse processo que há em mim como quem observa a mecânica de um relógio... Suas pequenas roldanas, molas e pinos... Se um bambeia ou trava, todo o conjunto enzebra (como diria meu saudoso pai).

O que será que aconteceu com meu pino. Bambeou, travou ou quem sabe perdeu-se...

A gente todo dia encontra um novo compromisso com a vida, novos valores, novas pessoas entram e saem de nosso circulo social; talvez seja mesmo por isso que nos tornamos inconstantes nos sentimentos e emoções, talvez seja essa a corda do nosso relógio mecânico que impulsiona todo o resto a ir além, marcando o tic tac dos nossos calcanhares.

Estou na dúvida sobre o que fazer com este sentimento, agora que eu sei que o trago em mim.

Ainda não tenho certeza do que despertei e do que matei em minhas emoções. Isso me deixa estranhamente tensa como quem comete erros e sabe que os cometeu. Vou tentando apagar as lembranças agradáveis e as doídas para no final zerar minhas próprias horas. Mas em vão este desconforto fenece.

Não consigo retroceder-me. Não consigo seguir também. Trago o gosto estranho de quem experimentou um veneno doce. Um misto de alívio, tormenta, desilusão, saudade e estupidez.

Acovardo-me diante dos fatos e em torno dos meus pensamentos. Olho as horas que passam sem me esperar. E na madrugada vazia, ouvindo um fado triste findo o último gole de malbec nesta noite solitária...