sábado, 17 de setembro de 2011

Ainda sobre a Rosa…

Publicado em 17 17UTC setembro 17UTC 2011 por Cau Oliveira


Como era temperamental a rosa do Pequeno Príncipe!

Queria ser a única em seu coração… Queria ser eternamente cativada…

Imagino sua tristeza ao vê-lo ir embora. Ela poderia ter pensado no quanto tempo duraria a viagem do Pequeno Príncipe em si mesmo, nas descobertas que descortinariam um novo olhar para o mundo e como isso iria se refletir na sua volta para casa. Se esqueceria dela? Quanto tempo demoraria em sentir sua falta?

Ela era tão vaidosa e orgulhosa por se sentir única na vida daquele Príncipezinho e no entanto ele sentia necessidade de buscar algo mais. Ela nada podia fazer em relação as angústias e anseios daquele ser que tanto amava. E ali ficou aguardando ele voltar.

E você? Tem cuidado bem de sua rosa?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Meditando sob a ótica do trecho de O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry

Publicado em 16 16UTC setembro 16UTC 2011 por Cau Oliveira


Ontem vivi uma noite de profunda tristeza. Um misto de abandono e insatisfação comigo mesma. Eu me sentia tão feliz! Tão plena, tão absurdamente amada… E de uma hora para outra estava sozinha no escuro do quarto meditando no que deixei de fazer em minha relação de amor, para que não tenha dado certo.

Me lembrei da rosa, do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint- Exupéry… E me senti como ela. Única.

Refiz em minha cabeça o trecho em que o principezinho encontra na terra um canteiro de rosas e tristemente percebe que deixou a que ele mais amava… É estranho conceber uma relação sem que ela seja única um para o outro, eu pelo menos acho que é através do companheirismo e do afeto direcionado que vamos descobrindo no outro o que o torna tão especial e diferente dos demais. A maneira de sorrir, um pequeno defeito, ou o pior deles… Tudo no outro nos chega de forma tão apaixonante que podemos dizer ser esta única no nosso universo.

Mas porque preferimos ferir a quem tanto amamos? Porque essa eterna busca que não chega a lugar nenhum? - Como diz o Pequeno Príncipe, “o que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar”. Acho que é isso mesmo. Quando nos apaixonamos ganhamos da vida um presente, ele carrega todo amor e toda a ternura de quem o deu, a expectativa no desembrulhar e encontrar ali o coração do outro é sublime.

O canteiro de roseiras tão iguais e falantes me lembra muito os problemas e dificuldades do dia a dia, dos infortúnios e temperamentos nem sempre parecidos… Coisas que a gente pode modificar e entender no outro e prefere abrir mão destes detalhes… Mas são estes pequenos detalhes que a gente acaba deixando de desfrutar quando temos uma única rosa. Nos perdemos na algazarra que ecoa feito cascas sem conteúdo. Mas sobre isso, prefiro que o próprio Pequeno Príncipe dê seu conselho:

“_ Os homens de teu planeta cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim… e não encontram o que procuram…”
“_ E, no entanto, o que eles procuram poderia ser encontrado numa só rosa, ou num poço de água.”
“_ Mas os olhos são cegos. É preciso ver com o coração…”

TRECHO DO TEXTO MEDITADO:

… Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.

- Bom dia! – disse ele.

Era um jardim cheio de rosas.

- Bom dia! – disseram as rosas.

Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.

- Quem sois? – perguntou ele espantado.

- Somos as rosas – responderam elas.

- Ah! – exclamou o principezinho…

E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ela era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

“Ela teria se envergonhado”, pensou ele, “se visse isto… Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade…”

Depois, refletiu ainda: “Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso…”

E, deitado na relva, ele chorou.

OUTRA PARTE:

O pequeno príncipe foi rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.

As rosas ficaram desapontadas.

- Sois belas, mas vazias – continuou ele, – Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então à raposa:

- Adeus… – disse ele.

- Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração.

“Só se vê bem com o coração” – repetiu o principazinho, para não esquecer.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… -repetiu ele, para não se esquecer.

- Os homens esquecem essa verdade – disse ainda a raposa. – Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa… – repetiu o principezinho, para não se esquecer. “

Com todo meu amor, para meu príncipe.

Crédito da imagem: http://angelcris-angelcris.blogspot.com/2009/08/o-p

O amor que não se fala…

Publicado em 15 15UTC setembro 15UTC 2011 por Cau Oliveira

“Só porque alguém não expressa seus sentimentos da mesma maneira que você não quer dizer que esse alguém não o admira e não te quer com todas suas forças… Respeitar e compreender o jeito de cada um não é uma tarefa das mais fáceis. Cada um tem um jeito todo seu… uma característica toda sua… seja no olhar, no sorriso, na forma de abraçar. Nem só de EU TE AMO sobrevive uma relação, nem só de flores é feita a história do casal. Tem que haver um certo compromisso com a cumplicidade, com o companheirismo, com a serenidade na ausência. Nem sempre conseguimos compreender o que não se fala… O amor se expande e se mostra no abraço apertado da saudade, na lágrima comovida da tristeza, no sentimento que não se explica diante da presença do outro. Tudo isso nem sempre sabemos demonstrar. E te digo: – Vale mais que mil palavras. ”

Generosidade.




Uma das coisas mais bonitas que a vida me insiste em mostrar é a generosidade que existe em todos os seres. Seja na beleza da flor que se abre, seja no canto do pássaro que mesmo engaiolado harmoniza o ambiente que vive…

A generosidade está no coração que ama de forma incondicional e verdadeira, está em quem tem a pureza em seu ser…. Está ai para todos e expande.

Shantiniketan




Não sei explicar os caminhos da evolução do meu amor que transcendeu as preocupações que antes trazia comigo tal qual bagagem pesada. Mas trago comigo uma alegria imensa em poder compartilhar este sentimento em sua mais pura essência como um gesto de humildade e porque não dizer sublime reverencia.

Na última terça-feira conheci o Espaço Shantiniketan e pude sentir toda a harmonia vibrando com tamanha energia e esplendor que me emocionou ternamente.

Shantiniketan é um Espaço Sagrado. Um templo. Um lugar para se despojar dos medos, inseguranças, imagens visuais que vão saturando nossa percepção… Um lugar diferente – para quem quer ir além das aparências e conhecer a si mesmo, evoluir e educar seu SER.

O acolhimento se dá já no primeiro instante, em um abraço de amor puro e sem nenhuma conotação de vaidade. Logo após, uma surpresa! – Uma saudação tão pura e tão contundente de Hadesh que mais parecia um menino reencontrando um amigo a muito ausente! Sorriso largo, abraço tão afetuoso e expansivo para com todos que lá se achegam.

A casa, os ornamentos, as plantinhas, o altar das Dinvidades, os desenhos pintados no chão como um tapete bem cuidado que diz: “Seja bem vindo ao lar” “Sinta-se em paz”. Aliás, Shantiniketan em sânscrito significa – O Aconchego de Deus ou Santuário da Paz – acho que não preciso dizer mais nada né?

A vida nos dá oportunidades de aprendizado e iluminação todos os dias. No dia 06/09 vi um casal de passarinhos tomando banho na piscina do ashran e depois secarem ao sol. Vi flores coloridas a enfeitar cada pedacinho da casa, do templo, do espaço, dando boas vindas a cada um que ali estava… Também vi o amor fluir em sua essência, como uma doação ao Criador simplesmente por existir e estarmos ali. Foi assim minha tarde de feliz reencontro, de doces companhias e salutar exercício de reequilíbrio energético.

Deixei a casa com a alma leve e florida como o jardim interno de Shantiniketan. Com a leveza de quem acredita na expansão do amor universal através da meditação, reflexão, análise e comunhão com o Divino. Vibrando com a consciência de ter estado por algumas horas em um lugar de crescimento espiritual que nos presenteia com pequenas minúcias, pequenas pérolas de amor, generosidade, retidão e desprendimento.

Para Sri Hadesh e sua equipe com todo meu amor e gratidão

Particularidades…




Quando finalmente entendi e conscientizei que sou uma particularidade no universo. Única com todas as minhas qualidades, defeitos e potencialidades… Quando vi meu reflexo no espelho e me entendi como um ser único, autêntico e evoluindo sempre… Pude ver o outro em sua totalidade, em sua essência. Pude amá-lo como realmente é. Sensibilizar-me com suas dificuldades, sorrir com seus progressos.

A vida é cheia de particularidades. Minúsculas. Mas todas elas muito importantes.

Lindo final de semana.