domingo, 28 de junho de 2015

Almoço em família e a Japonesa...

Almoço em família.

Pense em uma família classe média, predominantemente feminina em um almoço de domingo... É assim que é a minha.

As tias vem chegando uma a uma trazendo pratos gostosos e casos relevantes ou não à mesa. As primas todas falando ao mesmo tempo, as bebidas sendo brindadas por tudo e por nada... os primos - minoria - meio que deixados de lado na varanda ou na sala de tevê, onde o futebol e os comentários sobre o jogo rolam solto, ora a favor ora contra... sabe-se lá.

O legal disso tudo é a leveza em que se fala de mil coisas ao mesmo tempo em um cenário tão comum para todos, como a cozinha da casa da gente... Eramos umas doze mulheres, acho, mas parecia um coro de mil vozes, mil sorrisos, mil conversas... todas elas falando ao mesmo tempo e sendo compreendidas!!! Até que surge o assunto da Japonesa.

Silencio.

Risos... Gargalhadas... Mil risos enlouquecedoramente femininos...

Mulheres são mesmo de enlouquecer qualquer homem quando estão reunidas matraqueando coisas muitas vezes sem explicação para eles. Foi o que aconteceu quando surgiu o assunto da bendita japonesa.

Imagine uma mulher pequenina no tamanho, pele delicadamente maquiada em cima de um salto altíssimo que a faz crescer pelo menos uns 20cm - Imagine essa mesma mulher, todas as manhãs fazer o mesmo trajeto de pegar um ônibus na rodoviária da pequena e aconchegante cidade do interior  para a capital mineira... Todas manhãs encontra os mesmos camelôs vendendo badulaques e as mais diversas miudezas, até que um dia, um deles corre atrás dessa pequena mulher falando baixinho:
- Olha, eu tenho a japonesa, vai querer uma?
A japonesa, a japonesa, olha a japonesa!!!!

Mas que raio de japonesa seria essa? pensou: - Será que ele está pensando que sou travesti? - Indagou para si mesma, tentando desvencilhar, apressada daquele constrangedor assedio.

Na volta do trabalho, ao comentar com o marido, descobre, abismada, que a "tal japonesa" é de fato, uma pomadinha indiscreta que auxilia nos momentos mais discretos. - Sorri satisfeita. Ah! camelô safadinho, responde para si mesma. - Ainda não tô precisando disso não, obrigada!

Taí o motivo de tanto alvoroço feminino.

domingo, 14 de junho de 2015

Essencial SER ou Ser essencial?

"Quando as diretrizes do cotidiano deixam mais marcas em nossa essência que a nossa própria personalidade..."


Sempre considerei ser um ser consciente de minhas responsabilidades. Ao longo da trajetória da vida a gente vai recolhendo as informações e vivências do que interessa, colocando na bagagem e tirando outras tantas que já não importam tanto.

O caminhar consciente me faz observar o meu próximo e suas buscas imediatas. Mas imediatas mesmo, no sentido exato da palavra. Isso porque muitas vezes são as diretrizes do cotidiano que os fazem reagir as adversidades pelo instinto de sobrevivência. São esses confusos caminhos de ilusão que ofuscam a real necessidade de cada um e deixam marcas profundas nas essências dessas pessoas.

Me pergunto diariamente qual é o meu papel neste caminho que hora passo -  já que a evolução espiritual de cada um é uma experiência única e rica em detalhes. Cada qual buscando seu patamar de aceitação e entendimento diante das provas dadas - Tenho me permitido ser autêntica com cada um deles, não importa qual seja a circunstância; me emociono, retraio, sorrio conforme a sequência dos fatos que se seguem tal qual cinema mudo de Chaplin. - Mas não ignoro. - Meu aparente marasmo é uma espécie de catarse para não me deixar seduzir pelas distrações que me afastam ainda mais de minha jornada. Acho que como eu, muitos seguem assim seu dia a dia.... Em catarse constante.

Busco a minha identidade, meu referencial de SER gente no meio de uma multidão de pares. Deixando de viver por "convenção" e conveniência para viver pelo prazer de estar em total unicidade com Deus e com paciência buscando entender o que ele quer em minha vida "conforme sua vontade".

O trabalho assim sendo, passa ser um objeto de vida em comum com Deus e não um meio como a maioria das pessoas assim o sentem. Trabalham para adquirir algo ou um bem material como se a realidade de seus olhos assim os bastassem. A ilusão que confunde e cega pode assim mascarar a real vontade divina? - Não sei.

Creio que ter uma competência nos transforma, nos faz fortes, nos deixa capazes de olhar para o outro com amor profundo e respeito inimaginável diante de suas dificuldades.  - Como não ajudá-lo a superar suas dificuldades sendo eu também falho em outras tantas esferas? - Você pode simplesmente seguir em frente como o rio que corre, mas sempre precisará da margem que o contorna, sempre precisará dos amigos, parentes e colegas de trabalho, por mais humilde que eles sejam e por maior que seja seu cargo.

Cheguei a conclusão que por maiores ou mais singelas que sejam nossas escolhas, temos muito que trabalhar por elas e em prol delas... Seja no nosso lado mais humano, seja pela liberdade das ilusões. A vontade de Deus em nossa vida é de que sejamos sempre vencedores, ainda que as adversidades venham, sejamos vencedores, altivos e com uma visão ampla do porvir de cada passo dado.

Missão alcançada é missão cumprida, mas missão cumprida nem sempre quer dizer meta alcançada. Resultados nem sempre espelham o aprendizado. E entre a reta e a chegada temos ainda muito a caminhar... Sigamos em frente, e como dizia meu nobre amigo Hadesh Sobral:  "- Sigamos de mãos dadas."

Muita paz no caminho de cada um de nós.
Paz e Bem.