segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sintonia...

Sempre quis alguém assim: Inteligente sem ser arrogante; culto sem aquele olhar blasé sobre os acontecimentos cotidianos... e que tivesse bom humor!

Sempre quis alguém que me abraçasse e me sentisse por inteiro, que ao me beijar percebesse todos meus desejos e anseios, e que segurasse minha mão com a mesma firmeza e postura de quem tem pressa em sentir seu coração vibrar.

Já parecia um sonho distante, uma não direção, um conformar-se de estar comigo mesma e com meus pensamentos... Já parecia sim. E parecia também que estava fadada a manter-me numa rotina insossa e sem sintonia com o mundo ao meu redor.

Depois dos quarenta anos, acho que a gente deveria repensar a vida com um certo ar de leveza e de contemporaneidade, celebrando mais, namorando mais, vivendo mais... Mas a gente se perde na rotina do trabalho, nas buscas de graduação e estudos, nos afastamos demais da essência que somos de fato, nos perdemos de nós mesmos e esquecemos do quanto é lindo e sublime estar pronto para o outro, respeitando-o com suas imperfeições, admirando-o com suas marcas e cicatrizes...

Implicamos e complicamos demais as coisas. Nos tornamos exigentes como que necessitássemos provar a todos o nosso bom gosto e escolha. E o amor não é exigente! Talvez sua única exigência seja justamente esta - Nada exigir. Porque o amor nos ressalta ao olhar do outro, ele nos torna passarinhos, nos torna flor, nos torna céu... Mas a gente confina o amor como quem guarda um perfume lacrando bem o frasco mas ardilosamente deixando-o ao sol... Oxidamos o amor de tanto guarda-lo e de tanto machuca-lo com ciúmes e ranhetices. Mudamos a cor e o aroma do amor, matando-o aos pouquinhos tal qual um perfume estragado.

E de tanto exigir um do outro vamos perdendo a sintonia que nos une, nos aproxima e nos renova.

Esta força que redefine nossos sonhos e misteriosamente nos encoraja a correr riscos, nos transforma e é como se o nosso coração vivesse sempre aos saltos e todas as borboletas batessem asas ao mesmo tempo no  pensamento. É simplesmente lindo isso porque neste estado não há covardia e nem hipocrisia, há apenas o desejo de ir além de si mesmo no outro e pelo outro... Talvez seja neste estado de alma que a gente consiga de fato caminhar junto alguma trilha... Lado a lado, passo a passo. E mesmo sem ter certeza de nada, a gente sabe que faz bem e fica desarmado... É lindo porque é puro demais!

Enquanto os homens estiverem presos aos negócios, aos objetivos concretos, aos aspectos sociais, acho que nunca vai conseguir estar em sintonia com alguém, acho que  nunca irá realmente se apaixonar... Porque essas coisas do coração não se encontram nas regras e nem nos cálculos. As coisas do coração são sutis demais para se calcular... Ah! Sim! Porque é justamente nesta fase, de pura sintonia, de puro encantamento, que aprendemos a voar para o mundo do outro sempre que sentir saudades, aprendemos a não temer o que virá pela frente e se possível fluir sem analisar muito as coisas, aprendemos a sermos mais modestos e mais dignos de nós mesmos pelo olhar do outro, pelo sentir do outro.

Estou absolutamente convencida de que este é o caminho. O caminho da sintonia, da reciprocidade, da alegria de estar vivo. Estou absolutamente convencida de que devo celebrar a cada dia e a cada vez que me ver no olhar de quem que, por puro prazer de estar ao meu lado... Me beija.

Linda noite! Cheia de estrelas....






sábado, 24 de novembro de 2012

Amargura pra quê?

Se existe uma coisa que me deixa aflita é estar ao lado de gente pessimista e amargurada... Fico sem espaço, sem ar. É quase uma claustrofobia de gente assim! - Deve ser porque sou positiva demais, bem humorada demais, ou porque realmente não entendi o sentido deste sentimento, desta emoção.

Dor, revolta, sensação de que somos incompreendidos e por isso mesmo desvalorizados, todo mundo sente, passa ou se recente em determinado momento de suas vidas, mas daí a viver disso, nesta expectativa de que o ruim é que é bom, juro que custo a entender.

E tem gente assim, sabia?
Juro que tem!

Tem gente que  vive de doença e se não tem nada, inventa uma rapidinho, e não é para comover não, é para se sentir bem, para se sentir em paz, como se para ser feliz tivesse que se mutilar, se esconder em uma tristeza, uma doença, um faltar... Quer um exemplo? - Quem não tem um parente, amigo ou vizinho que vive numa eterna dor nas juntas? Naquele reumatismo dos dias bem vividos e agora doídos de viver e lembrar?

Gente amargurada que não consegue ver a vida com leveza, que estranha a felicidade e a amizade e que acha errado e falso ser e estar disposto todos os dias para o trabalho e para os amigos... Gente que vive preso em uma "cadeira de rodas" que não anda nem pra frente e nem pra trás porque emperrou numa atitude de conformismo e solidão... Gente que não entende e não vê que a vida é uma sequencia de dias e noites, de amigos e atitudes, de sabores e dores também....

Amargo bom é do jiló refogado no azeite toscano... Isso sim que é viver e gostoso de saborear...

Para os outros sabores ruins eu prefiro deixar que a vida cozinhe e refogue, que a vida aprimore a receita e a tempere com todos os condimentos que o amor e a felicidade de mil sorrisos podem trazer.

Bom dia pessoal.
Cau.

domingo, 18 de novembro de 2012

O Cantar da Cigarra e a Primavera de mim.

E as chuvas chegaram de vez. Marcando o reflorescer das árvores e jardins numa primavera tardia e insegura como eu.

Estou na primavera dos meus dias embora meus sonhos e planos já a muito se encontram outonais... Mas ainda assim resisto. Bato firme no compasso da neblina úmida e fria que antecede a chuva que decanta com vigor a peleja dos dias. Assim, sinto-me como  aquele mel que ficou contido no fundo do favo, guardado, escondido e pronto para ser macerado, sugado até o final, misturando no hálito e num doce aroma, exalar-me íntegra.

A primavera rompe-me em botões, feito mudas de mim, feito flores de mim, feito o que ainda não sei. Brota-me instintos e devaneios, acende-me, tangencia-me, escoa-me... 

Fico vendo uma cigarra a cantar indefinidamente em um galho de pitangueira a frente da janela de meu quarto... Seu zunido apossa-me e deixo-me interagir com ela, no compasso de quem canta com dor, a dor de romper-se inteira para redesenhar-se enfim. A maioria das espécies, na primavera, se aprontam para o namoro, a liturgia do acasalamento, a nobre missão de preservar-se, mas a pequena cigarra, solitária, rompe-se em si mesma, num canto solitário, crescente e exaustivo. Não é paixão que a faz cantar, não é a poesia da vida que a faz ser única naquele galho. É a sua essência, o seu precisar, o seu despedaçar, que depende de cada acorde triste e de certa forma violenta consigo mesma, de cada pausa de cada pulsar de seu frágil corpo.

Quando ela sair da casca que a aprisiona e lhe aperta já não será a mesma, eu acho. Sairá senhora de si. Mais exigente, mais fortalecida por ter resistido, cantando, o período da dor. Os dias de sol e de chuva já não parecerão tão angustiantes quando em nova roupagem puder voar.

A noite finalmente chega e ela parece cansar-se, meu pensamento pára no tempo como se espreitasse o porvir. Acabo me convencendo que me soltei primeiro que ela de minha prisão. Abandonei meu galho com minhas vestes pesadas e envelhecidas, cheias de marcas de meu calvário, cheias de amargos e solitários cantos de dor. Minha sensação é única e indescritivelmente bela porque ainda não sei no que me transformei. Não trago lembranças - todas elas ficaram pra trás - Não trago expectativas. Sonho de novo . E de novo é o amor que me veste, o mel que me adoça e o perfume das rosas que me trasporta para longe... Nos novos ares que hora respiro.

Feliz.Canto.

domingo, 11 de novembro de 2012

Coisinhas Miudinhas...

Sem querer me lembrei da tia Zilma e dos seus nhoques de domingo... Eu gostava de passar o dia lá, depois da missa matutina, ia correndo para a casa dela para brincar de bonecas com minha prima Nara... E o mais engraçado é que eu já não era tão criança assim. Não. Já era o que hoje em dia se diz, mocinha.

Minha casa não era muito perto da casa de minha tia, tinha que caminhar muito e mesmo cortando caminho pela Igreja, ainda assim para uma criança sedenta por gostosuras e brincadeiras, era longe...

Deveria ter meus doze ou treze anos, mas ainda assim, chegando naquela casa simples de jardim de terra batida, com roseiras bem cuidadas e um quintal espaçoso e fresquinho, me sentia muito feliz. E brincava por horas a fio de casinha e bonecas com minha prima que era bem mais nova. Brincava por prazer de estar em companhia já que era única menina em casa e meus irmãos não me acompanhavam nas minhas brincadeiras de menina; brincava com gosto e com gosto a ajudava resgatar da panela com água quente, aquelas coisinhas miudinhas de massa de trigo e ovos que subitamente subiam enquanto a água fervia...

Cresci. E o tempo e suas estranhas combinações e desmedidas travessuras nos levaram para caminhos distantes. Pouco ou quase nada sei sobre esta minha tia que aos domingos me acolhia com um carinho fraterno e um delicioso almoço italiano... com aquela massinha macia, molhadinha pelo molho vermelho e denso de tomates.

...Ah! Como é duro crescer as vezes.

Impressões Fashion - Perfume. A marca da mulher.

Recentemente vi um editorial em uma consagrada revista de moda feminina, sobre a perfumaria brasileira  dando especial destaque ao lançamento do perfume UNA da Natura. Fiquei encantada com a expertise da perfumaria brasileira e no quanto de tecnologia embarcada se encontra em um processo dito "natural". A começar pelo perfumista in house (um luxo! Só grandes casas como Chanel e Hermès têm perfumistas próprios.) e também pela exclusividade em usar produtos da flora brasileira. Um conceito que me agrada muito é o da sustentabilidade e da exclusividade - Marca uma essência original, uma identidade característica e única, daí portanto, acho que o nome Una veio de bom grado a fragrância suave e marcante.

Acostumada a perfumes internacionais e com um conceito olfativo mais apropriado para o clima e gosto americano e europeu, adorei experimentar um perfume com notas bem brasileiras que me surpreenderam logo no primeiro aspirar da fragrância - uma textura visual e olfativa que lembra o sândalo, porém adocicado  e bem lá no fundo um quê de flores e frutas cítricas. Intenso, porém, fresco, feminino.

A embalagem é outro presente luxuoso. Segundo a empresa, o design e manufatura é da mesma fábrica dos perfumes da marca francesa Guerlain, e é linda! Um objeto icônico de decoração e beleza que com certeza se torna um pequeno luxo em qualquer closet feminino e o que é mais bacana - um luxo consciente, uma vez que tem característica sustentável.

Minha impressão fashion aqui se reserva no que há de melhor na perfumaria feminina na atualidade, e na marca pessoal que toda mulher deixa ao usar um bom perfume. É como uma espécie de marca registrada, assim como seu sorriso, sua voz, seu estilo. Há pouquíssimas coisas em uma mulher que só ela é capaz de sustentar como sendo apenas sua, e uma delas se chama perfume. Ao entrar em contato com a pele imediatamente reage aos hormônios pessoais e assim, se recodifica, recriando uma nova fragrância, que irá despertar novas sensações e lembranças que virão como uma imagem que só esta mulher pode criar.

Muito além de roupas estilosas, looks arrojados, maquiagem perfeita, o perfume é cada vez mais exclusivo, cada vez mais essencial, cada vez mais importante no guarda roupa feminino. Um objeto de luxo (?) nem tanto, uma vez que grandes marcas brasileiras hoje vendem perfumes de porta a porta, como é o caso da Natura, e outras grandes perfumarias também facilitam muito no pagamento... Um objeto de sedução (?) com certeza! Afinal, que graça teriam as rosas sem o mistério de seu aroma?

Natura Una Deo Parfum. Delícia em alto estilo que custa apenas R$119,00.
Fica a dica.






domingo, 4 de novembro de 2012

Mas será o Benedito???


Originalmente Publicado em 25 de maio de 2011 

Quase todo mundo conhecia aquele velho senhor que ficava sentado num banquinho a tomar sol entre a esquina das ruas Horta Barbosa e Caconde. Esquina calma do bairro Nova Floresta.

No alto de seus muitos e tantos anos, corpo magro, franzino mesmo, amparado por uma bengala talvez mais antiga que ele e com um inconfundível “boné de aposentado” que o protegia do vento, sol e muitas vezes da chuva que vinha mais ligeira que seu caminhar podia buscar abrigo.

Passantes o cumprimentavam durante suas caminhadas pela manhã. Crianças o tomavam a benção ao ir e na chegada da escola… E ele sempre com um sorriso acolhedor parecia ser um membro da família da gente.

Pois não é que ele de repente sumiu e virou comentário na vizinhança? Será que morreu? Acamado? Onde ele mora? É parente de quem? – Nada se sabia daquele senhorzinho franzino e de olhar suave; olhar de quem muito já viveu e que ainda não esqueceu de tudo que sabe. Experiências.

Pode parecer estranho, mas na falta de tempo para tantas coisas, essa simples criatura que tomava sol todas as manhãs num banquinho quebrado e humilde, cativou todos que passavam a sua volta, e sua ausência foi sentida. Virou comentário na mesa do bar do Roberto, pela boêmia Nova Florestense; assunto pra mais de dias para as carolas do bairro e mistério para as cabecinhas infantis.

Ele não apareceu ainda. Também não sabemos o seu nome, onde mora se tem família…

A correria do tempo não nos permitiu estreitar tanto assim os laços da boa vizinhança. Fica a torcida para que nada de ruim tenha ocorrido e que regresse rápido ao seu banquinho da esquina, que, diga-se de passagem, foi devidamente restaurado e pintado por um morador solidário.

Cau Oliveira.

Teleton – Porque o futuro pode estar em nossas mãos.


Em 2011, segundo o censo brasileiro, havia cerca de 27 milhões de deficientes no Brasil, isso sendo dito que integram este número, crianças e adolescentes que nasceram ou tiveram algum membro amputado, vitimas dos mais diversos tipos de doenças ou violência.

A AACD trabalha e busca a cada dia reabilitar estas crianças, jovens e até mesmo adultos. Contribuindo para que o amanhã de todos eles sejam melhor e mais digno. 

Entender a importância que a AACD tem nas vidas destas pessoas é como se pensar em chuva no deserto. Muitas vezes, não só o paciente precisa de ajuda, mas toda a família se encontra desestruturada e desestabilizada, precisando de cuidados; e é isso que a AACD faz.

São pessoas  como você e eu, que acreditam que podem ajudar a construir algo de bom para o seu semelhante e que com a generosidade de empresas parceiras, médicos competentes e um canal que os levem a serem ouvidos, possam fazer a diferença.

Quando o SBT abraçou esta causa, muita coisa precisava ser feita, e hoje já na 15ª edição vimos que muita coisa mudou e mudou para melhor. Ter um canal forte como o Grupo Silvio Santos como chancela, fez toda a diferença, agregou valores que antes poucas pessoas poderiam encontrar e até mesmo acreditar.

Veja:

Quantas crianças são reinseridas nas escolas como pequenas cidadãs após reaprenderem a andar ou a usar sua pequena cadeira de rodas? Quantos adolescentes se mostram campeões nos esportes e na vida, dando-nos um show de otimismo, garra e força de vontade após um trauma? Quantos profissionais da área de saúde se impressionam com o milagre da vida diante do olhar esperançoso e agradecido de uma mãe ao acalentar e cuidar do seu filho durante o processo de reabilitação? Feliz por ter seu filho VIVO em seus braços... E quantas lágrimas comovidas descem como pequenos veios, furtivos, diante da escolha de querer viver, mesmo faltando um pedaço de seu corpo?

Recentemente vi um exemplo de força e coragem nas redes sociais. Uma mãe criou um página na rede social para a sua filha de 4 anos que é portadora de paralisia cerebral. E apesar de todas as dificuldades que enfrenta no seu dia a dia, ainda assim mantém um sorriso cativante e um olhar que nos faz acreditar que somos capazes de irmos além de nossos problemas diários. Esta criança é a primeira modelo infantil brasileira portadora de deficiência. Exemplo de coragem, determinação e animo de seus pais que a ensinam desde cedo a não ser vítima das circunstancias.

Enfim, amigos, somos todos irmãos de uma única família, e isso não depende de cor, credo ou semelhança física, isso depende do sentimento maior que nos une e nos tornam fortes – SOLIDARIEDADE. O futuro está em nossas mãos e não podemos simplesmente deixar que os outros façam a nossa parte o que nos cabe fazer agora. 

Sejamos unidos nesta causa tão nobre que o SBT nos convida a ajudar e a participar. Façamos a nossa parte, tenhamos por objetivo a causa mais nobre que o ser humano pode patrocinar. A VIDA.

DOE. PARTICIPE. SEJA MAIS UM A FAZER A DIFERENÇA.

Em homenagem a querida Hebe Camargo, que desde sempre foi e será madrinha deste projeto.


Por Cau Oliveira.
Belo Horizonte, 22/09/2012

No caminho do tempo...

~ # ~

Me perguntaram o porque de eu ter desistido.

Eu não desisti. Só não posso ir além do que já caminhei. E também não posso mais esperá-lo. Talvez nos encontremos em outro caminho, talvez nunca mais nos vejamos... A vida é assim.

A vida atravessa o tempo.

~ # ~

sábado, 3 de novembro de 2012

Milagres diários....




Um milagre, por definição, é um acaso que vai contra a natureza.

Portanto, é lógico que os milagres não acontecem na nossa zona de conforto.

Encontre maneiras de aumentar a sua tolerância ao risco e desconforto hoje. Devemos estar dispostos a assumir um risco que seja equivalente ao milagre que queremos chamar para nossa vida.

[Yehuda Berg] 

A miracle, by definition, is a happenstance that goes against nature.

Therefore, it stands to reason that miracles don’t happen in our comfort zone. 

Find ways to increase your tolerance for risk and discomfort today. We must be willing to take on a risk that is equal to the miracle we want to draw into our life.


Image by Caras Ionut

Bom dia!



Dizem que dar tiros para todos lados, a gente acaba matando todo mundo e ficando sozinho... Dizem que ter foco em um único objetivo, deixamos de ver o que acontece nos lados de nosso caminho... Dizem tantas coisas!

Apenas dizem. E dizer não significa FAZER.

Construa seu destino.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Sussurro da Esperança...

Alguma vez você já se sentiu como que vivendo um filme de traz pra frente? Como aqueles vídeos antigos que, com o controle remoto podíamos acelerar ou retroceder a fita... Você alguma vez já se sentiu estranhamente deslocado dentro de seu quarto e ouvindo sua música favorita, ou vendo seu filme predileto?... E quando seu pensamento vai para longe durante uma conversa, entre amigos, ou durante uma refeição. Já se sentiu assim?

Eu admito que várias  vezes me senti assim por alguém. E, durante meses e meses vivi isso. Foi um tempo difícil, de lágrimas solitárias, de coração partido, de conversas e de insano e obsessivo tormento... Então,  como um filme de traz para frente dei STOP no final e dei um passo a mais. Sozinha.

E foi assim que os outros passos se seguiram até onde estou, me levando a lugares que nunca pensei chegar, encontrar pessoas que finalmente me fizeram rir e chorar de contentamento. Foi assim que ouvi o sussurrar da esperança de recomeçar.

E foi assim que dei as costas para todo sentimento que no fundo eu queria que fosse para alguém que julgava amar, que no fundo eu desejava compartilhar por toda uma vida, e que eu sabia que se pudesse, se tivesse uma única chance, traria-o de volta... Como se jamais tivesse ido.

Sinto a falta de estar com ele, todos os dias. Lembro de nós dois todos os dias. Mas decidi fechar as portas e também as janelas e agora estou deixando todas estas lembranças no passado, em algum lugar que eu possa um dia, quem sabe recolhe-las e não mais lembrar com tanta dor, com tanta amargura. 

O bonito da esperança é saber que ela nos dá sempre uma nova chance. Eu não conhecia a minha capacidade e força até precisar dela, eu não acreditava em mim; e sem saber, muitas vezes me deixava pisar, me deixei abater pela descrença e falta de fé... Me humilhei por um amor que, aqui dentro de mim, agora sei, que não foi feito para durar, porque não tinha esperança... Não tinha força.

Dar o primeiro passo foi o mais difícil. Mas eu dei. E minha fé renasceu... A esperança reacendeu a alegria em minha alma e a minha alma hoje canta louvores como um caminhante que chega ao final da estrada da dor de Santiago... Eu passei por ela, eu posso te dizer, que você também irá conseguir.

Erga a cabeça bem alto. E mesmo que você falhe, chore e não convença que está bem, mantenha-a bem no alto. No seu coração você encontrará tudo que precisa para dia após dia, encontrar o caminho de volta e o ponto de partida para um novo começo. 

Tenha fé. Tenha esperança.

O sussurrar da esperança é breve, é como um sinal, um estalo. Mas você ouvirá em seu interior tão nítido como um sino, tão certo quanto um relógio britânico. É a sua hora de ir adiante e mudar toda a sua história, e eu desejo que a sua e a minha, tragam lágrimas de um final feliz!

The End.