quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Valentine's Day - Por onde anda o amor?

Oh Joy + Bash favor | Pulseiras Amizade Floral | foto por Bonnie TsangMesmo sabendo que no Brasil se comemora o dia dos namorados em junho, acho muito bacana se comemorar uma data em que se celebra o amor e o carinho em um dia que foge aos nossos padrões... 

Acho mesmo que São Valentim deve ser uma espécie de Santo Antonio casamenteiro, mas que por observâncias e interesses da Igreja, para não ter problemas  de um santo com o outro santo, ficou-se estabelecido que um cuida cá dos apaixonados dos trópicos e o outro assiste ao pobres corações ao redor do mundo.E o mundo é tão grande... Os sentimentos são tantos e tão confluentes e ao mesmo tão iguais! Afinal, quem não quer estar no paraíso dos amantes e ser correspondido! 

Vivemos em um mundo tão confuso e tão pouco romântico, poucos gestos e hábitos resistiram a tanta mudança... O abraço que envolve e juntos, corpos colados, poder dançar uma música  única e imaginária... mas antes de tudo, ter uma música imaginária! - cozinhar para o outro, preparar-se para o outro, florescer como as rosas de um buquê e exalar-se todo em todos os perfumes para o outro; sonhar com os anjos e corações apaixonados de um cartão metodicamente bem escrito e caprichadamente perfumado! 

Oh Joy + Bash favor | Pulseiras Amizade Floral | foto por Bonnie TsangAh! O romantismo é quase uma ilusão nos dias de hoje, quase como um conto bem escrito que se transforma em filme e depois em uma tentativa subliminar de encontrar no parceiro ou cônjuge tal qual o personagem... o amor... Tão utópico, tão medieval, tão absurdamente puro e tão lindo...

Encontrei meu amor nas redes sociais. Pareceu-me ao primeiro momento, bastante ousado e estranho isso. Sou do tempo em que os parentes e amigos apresentavam os conhecidos solteiros ou se conhecia em festinhas, clubes, encontros ao acaso... Acontece que, o acaso se transformou em sites de encontro e relacionamento, páginas em redes sociais e grupos de afinidades... É estranho e ao mesmo tempo contemporâneo tudo isso, e ser contemporâneo, atualmente, parece ser a única alternativa para quem busca encontrar o seu príncipe antes de sair por ai beijando sapos.

Acho que algumas coisas jamais irão mudar com relação ao amor [mesmo que lá na frente se vá encontrar um parceiro através de um longo cadastro preenchido em um balcão de algum estabelecimento público, registrado em cartório para evitar fraudes e danos morais] - tenho comigo que o cupido virá, como enviado de São Valentim (ou Santo Antonio) de uma forma ou de outra e irá fazer os olhares se cruzarem e os pés saírem do chão, as mãos esfriarem de repente e por mais que se esfregue uma na outra, uma absurda energia parecerá deixá-las sem conexão com o restante do corpo... Para eles, o amor não se escondeu nas malucas mudanças do destino, para eles o amor continua eternizado na seta do cupido e nas preces rogadas pelas beatas casamenteiras.
Oh Joy + Bash favor | Pulseiras Amizade Floral | foto por Bonnie Tsang
Aparte disso tudo, há de se lembrar do lado negro do amor. As sombras em que ele as vezes parece querer  ficar e nos lançar como infelizes e sofredores... Como o lado negro da lua, como as noites eternas e frias no Saara... O amor as vezes nos machuca tanto e nos condiciona a tanto sofrimento que acabamos por não querer nos revelar, sem nos assumir por inteiro, com nossos medos, nossas dúvidas e nossos problemas do dia a dia... As contas a pagar, as tarefas diárias, o aluguel e as contas do mês... Sobreviverá o amor a tantas cifras? Sobreviverá o amor ao amargo sabor das contingências e dos poucos recursos? Poderá este amor desafiar as leis da paixão e estabilizar-se além das dúvidas e do sofrimento?

Me pergunto o que pode fazer o amor diante do ser humano que padeceu de sua dolorida escuridão...

Queria, um dia, conhecer alguém que viveu um amor de espera para poder conversar e entender como poder ser tão humilde e resignado. Paciente e cheio de renuncia... Desse tipo de amor que consola, une, abraça e acalma nosso coração... Desse sentimento que nos fala a alma, além das redes sociais e das mudanças que renovam o mundo. Porque eu acredito, que no fundo, no fundo, o amor sempre foi, é e será a velha e boa expectativa de se ter alguém que nos faz mais fortes, mais felizes, mais autênticos... Como um sentimento que nos limpa a mente de toda a poluição racional que por necessidade vamos nos emaranhando, vai, assim, nos limpando, nos deixando mais claros e portanto, mais lúcidos para a vida.

* O dia de São Valentim, ou Valentine's Day é comemorado no dia 14/02.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Todos os Tons.


"Ainda não consegui encontrar seus tons... Há um mistério que abriga em sua alma, algo que (eu sinto) precisa ser revelado."

...O amor tem lá suas nuances.




"Tenho meditado sobre a importância de preservar o meu espaço interno... E acho que preciso me desculpar comigo mesma. Entulhei demais. Tem muito sentimento que embolorou, se perdeu, não tem mais validade..."


" Na quietude de mim, estranho meus gritos. Todos eles contidos, subjugados pela insistente necessidade de não demonstrar meus defeitos..."

Nem todas virtudes são cor de rosa.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Entre Confetes e Serpentinas... A commedia dell'arte

Acho que o último carnaval que eu brinquei foi a uns cinco anos atras subindo as ladeiras da histórica e alvoroçada Mariana, acompanhando os blocos e tentando entender a marcha e o compasso de uma amiga que hoje já não tenho tanto contato.

Os tempos eram outros, eu era outra.

Naquela época eu vivia numa fase de me bastar, ao mesmo tempo, todo meu desejo era de encontrar naquela folia alguém para amar e ser amada. Eu era toda ânsia, era toda busca e espera contra um tempo que tinha data e hora para acabar.

Sem saber, corria no cordão da alegria, mas meu coração ia triste e deserto, minha alma escondia por entre as Igrejas centenárias, a cada quarteirão daquela folia, havia uma verdade que me fazia penitenciar do meu inacessível sonho.

Eu era uma pessoa desastradamente infeliz usando dia e noite a máscara da Colombina sem saber... Apaixonada por um Arlequim que até então nem sabia de meus suspiros e esperanças, a espera do encontro fortuito, entre confetes e serpentinas, com o acaso, com o destino, e com o predestinado Pierrot que pudesse me salvar de toda aquela angustia, de toda aquela espera...

Pode parecer estranho, mas no meio de tanta alegria, havia um coração sofrido, se escondendo no emaranhado de papel picado, no barulho das marchinhas que graciosamente conduziam os bonecos gigantes pelas ruas apertadas e cheias de gente.

A vida não espera. Ela urge... As amizades desta trama ficaram no passado, tão íntima, tão bonita, como uma arte dramática, se desfez e cada um de nós tomou seu rumo... Findo o trio de Pantaleão, nem mesmo os confetes e as serpentinas não souberam que, por um tempo, eu pensei que nesta vida só poderia contar com ela. A honestidade da amizade. A grande riqueza é na verdade o aprendizado e eu me vi presa numa teia de conflitos infelizes, em um enredo de tristes e melancólicas vidas, unidas pela trama da improvisação do destino mas salvas pelas ruas e praças daquela cidade.

O tempo passou e agora somos caricaturas de vários outros personagens. E quantos personagens somos ao longo de nossa vida... O que a nossa vaidade nos faz ser a cada dia, a cada compromisso, a cada novo espetáculo... Do beijo roubado por entre a multidão, ao desconsolado e embriagado castigo de permanecer só, no banco da praça a ver o nada entre tanta gente. Quem são a Colombina, o Pierrot e o Arlequim de nossa história...Por que a vida exige tanto de nós e nos torna tão exigentes?

Afastar das pessoas que durante décadas foram tão importantes me trouxe à consciência de que eu não me basto, nem eles... Cada um de nós improvisamos e fugimos, ao nosso modo, do script padrão... E minha lembrança deste carnaval não me deixa saudades, mas me comove. Queria ter deixado minha descuidada Colombina lá em Mariana, a dançar sob a luz da lua e dos lampiões a gaz... Sonhando com o fogoso e sedutor Arlequim, enternecida pelo comovente Pierrot...

Ah, se em três dias de carnaval pudéssemos nos despir de todas as máscaras e fantasias... Se pelo menos pudéssemos...


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

50 Tons de Cinza... O Sexo Além das fantasias.


Li 50 tons de cinza. E aguardo ansiosa pela leitura do segundo livro da trilogia... Mas muito além do fascínio que o livro converte, e as inusitadas e picantes noites que o casal vivencia, a narrativa me atraiu muito e acredito que tem atraído grande parte das mulheres, não só pela história bem contada, leve, romântica de um homem rico, lindo-tesão-bonito e gostosão, que se apaixona por uma garota simples e (incrível, ela é virgem!) Mas na tentativa de, quem sabe, buscar no homem comum, um pouco do Christian Grey.

Muito longe das práticas sádicas do personagem, ele é elegante, cuidadoso, reservado sem ser arrogante, apaixonado... Um gentleman.

Fico pensando nas armadilhas que ao longo dos anos a humanidade foi criando e que aos poucos se transformam em convenções. Vamos nos distanciando do "Ser" que ama e demonstra amar, se preocupa e zela pelo objeto de seu sentimento, envaidece pelo crescimento do seu amor e amadurece com ele... Homens e mulheres deveriam ler 50 tons de cinza, não pelas peripécias sexuais, mas para entender este mecanismo aos quais nos distanciamos.

O sexo se transformou em objeto de barganha. Se é bom, o relacionamento vai a diante, se for ruim, não vale a pena insistir.... Algo que deveria acontecer com naturalidade e no tempo certo de cada casal, acabou se transformando em passa tempo, pós balada, um espetáculo de alta performance de homens e mulheres que  gritando muito e gozando enlouquecidamente juram serem capazes de determinar assim o jogo de prazeres e  emoções cada vez mais teatralizadas.

Em nome da modernidade, o amor de um casal virou moda e uma distração passageira. Poucos tem paciência de aceitar o outro como ele realmente é; compartilhando e aprendendo juntos a escrever sua história. A modernidade acinzentou os nossos tons... Me pergunto se ao ouvir um "pancadão", homens e mulheres se sentem lascivos, apaixonados e prontos para um relacionamento apaixonado e carinhoso ou se o destino não será uma parede escura no canto da boate ou uma das cabines do banheiro.

Ah! Os cafajestes e insensíveis também vestem cor de rosa! Não subestimem  cavalheiros, o poder de um bumbum arrebitado e um par de seios aconchegados em um poderoso sutian com enchimento. Foi-se o tempo em que só homens faziam o "sexo com força." A sua amiga também tem taradices inconfessáveis, meu querido... 

Hoje, homens e mulheres de forma igual e espontânea, muito mais do que a décadas passadas, demonstram suas insatisfações, desejos e fetiches sexuais. A busca de um homem perfeito é a mesma busca do homem pela mulher gostosa, o mulherão que dança até o chão e faz charminho na pista... Corpão para as mulheres e cara com grana para os homens... Eterno problema subjetivo das pessoas de como devem se comportar no "super encontro" da primeira vez.

Foi lendo 50 tons de cinza que me vi enredada na trama e analisei minha vida... Me pergunto até onde as mulheres de hoje estão prontas e realmente querem um homem que seja romântico e cheio de atitude apaixonada sem se sentir sufocada... A gente se perdeu nesses caminhos confusos de tentar se encaixar no contexto, de querer que cada um seja igual ao outro. Quantas mulheres hoje, querem um homem que adivinhe seus pensamentos, se preocupe com suas alimentação, seu trabalho, sua segurança, que ligue para saber como está, que envie e-mails e mensagens em sua timeline nas redes sociais?

Encontrar-me Anastasia foi mais difícil que imaginei, mas foi me colocando no lugar dela que percebi que, como mulher, quero sim, ser vista e envolvida por um homem que me mereça, quero brilho nos olhos, e boca quente e úmida numa noite intensa, quero ser desafiada para novas conquistas no meu dia a dia e assim poder crescer como pessoa... Ser amada e protegida, não controlada, mas zelada, cuidada e sinceramente acariciada, porque, afinal, meia dúzia de palmadas de forma consensual e segura não fazem a menor diferença quando se sabe que o melhor ainda esta por vir.


Beijos a todos.

Créditos da imagem: internet. Imagem cinematográfica.