sábado, 29 de janeiro de 2011

Minha Primeira Crônica

É HORA DE ACORDAR...

Tem uma construção de um prédio na rua de trás da minha casa que já está se tornando de difícil convivência... Às cinco e meia da manhã acordo com os gritos dos primeiros operários acordando o vigia e daí para o barulho das betoneiras, ferros sendo arrastados e outros tantos barulhos que desconheço de onde possam surgir, é um pulo.

É hora de acordar. Não tem jeito... Então me sinto ameaçada pela verticalização do prédio... Ele me inibe a abrir as janelas... Não posso mais vigiar os sabiás e pardais degustarem as frutas do meu pequeno quintal. Tampouco, ouvir as músicas que gosto.
Resta-me o consolo da leitura, mas como me concentrar...

Tomo meu café suspeitando que meu dia vá ser de mal a pior quando súbito, me vem à cabeça uma idéia.

Sorrio e pego minha caneca enquanto com o livro em baixo do braço me direciono a porta.

Saio feliz a caminho da enorme praça que fica a poucos metros de minha casa. É uma manhã linda de céu azul e sol... Crianças brincam no parquinho de areia e casais fazem caminhadas... Sento em um banco aliviada.

Eu, meu café e meu livro agradecemos ao dia nos sentindo vingados.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Solte a Panela!!!

Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu corpo e mais alto ainda rugia. Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo. Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos. Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir. Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.
(Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela! A.D.)

Reflexão de Janeiro... 07/01/2011

"No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor" 1Jo4,18



Uau! Peguei pesado dessa vez...rss

Mas... C'est La Vie.

Tanto se fala, pensa, comemora a pureza do amor, então porque o temor?

Eu respondo: - Porque somos tão medíocres a ponto de renunciarmos ao fardo. E no fundo, em cada um de nós pesa algum bom bocado de imperfeições, inseguranças e monstros devoradores de almas puras.

Efetivamente, para amar na amplitude do termo, há que se ter muita coragem, pois o amor importa em lealdade e ser leal pede renúncia aos próprios desejos, quando isso for necessário à perfeição do amor.

Ficamos meio que presos a ilusão de amor que nada pede em troca, nada sugere, nada conduz. Apenas é. Tal qual um monge budista que comtempla o vazio.

Mas não o queremos assim. Ah não! O amor é fogo que arde e vai lá Deus saber onde queima!

Temos medo enorme do futuro que nos cerca. E temos um medo maior ainda de não sermos amados, reconhecidos por nossos valores, contemplados por nossas virtudes... somos imperfeitos, queridos!
Não há nada de errado nisso. Escutou? Vou repetir...

Não há nada de errado nisso. Somos imperfeitos. Temos medo sim de não sermos aceitos, temos as mãos frias e úmidas na incerteza de uma decepção... o amor causa sim, taquicardia... e morre-se sim por amor!

Não somos perfeitos. Mas podemos lutar contra nossas imperfeições a partir do momento que aceitamos nossas falhas como cicatrizes de uma jornada, e ter receio do castigo que nós mesmos trazemos em nosso subconsciente tal qual crianças desobedientes.

Ser fiel a um amor... leal a um sentimento é algo tão humano quando sentir repulsa pelo o outro.

Ninguém tem obrigação de nos amar. Nós temos!

Ai é que se encontra a divina perfeição. Aceitar-mos. Tal qual somos. Amar a nós mesmos com nossas falhas, nossos desarcertos, nossos lamentos... as virtudes a gente lança fora para que os outros vejam e admirem... as infermidades da alma... essas; tratemos de curá-las nós mesmos, isso se quisermos não temer a ver no outro aquilo que temos guardado.

Uma linda sexta. Primeira do ano....

Cau.