domingo, 1 de maio de 2016

Astor Piazzolla - Libertango



"Não possuo a beleza da perfeição, a força da sabedoria, o olhar vasto do conhecimento. Apenas possuo o suave sussurro... da esperança."- Joan Walsh Anglund

domingo, 20 de março de 2016

COISAS DA CAU

E EIS QUE TODAS AS MUDANÇAS TÃO SONHADAS... TÃO ESPERADAS...

VIERAM NUM GOLPE DE VENTO SÓ.
ABRIRAM AS JANELAS DA ALMA.
ESVOAÇARAM AS CORTINAS DO SOFRIMENTO.
TROUXERAM NOVOS ARES...

SORRIO, ENCANTADA.

VIDA QUE SEGUE. VIDA QUE CHAMA.
ALMA RENOVADA. RECOMEÇO.

COISAS DA CAU.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Marionete.

Recentemente, conversando com uma amiga, falamos da forma prática e quase mecânica como que os relacionamentos tem se tornado frios e muitas vezes, enigmáticos.

Pontuamos a dificuldade em que os homens e mulheres vem tendo para agradarem seus parceiros. E o quanto de tempo e energia é dispensada em situações em que um simples gesto espontâneo resolveria...

Sim, isso é coisa mais simples do mundo. Não precisa de muito. - Basta um elogio sincero, um sorriso nos lábios, abrir a porta do carro, surpreender com um telefonema fora de hora... Coisas que nesses tempos ditos modernos, quase não se vê mais.

O mais estranho é que esse embotamento afetivo vem se tornando tão usual que impressiona. Não só acontece em jovens que se perdem em redes sociais e escusos sites de relacionamentos, mas atingem também os que já passaram dos quarenta e tiveram uma juventude longe dos acordes tecnológicos atuais.

Mais tradicionais, seríamos nós, os quarentões, os que mais deveriam observar essa sutileza da modernidade. No entanto somos os que parecem não ver ou fingem não ver e sentir a necessidade de dar mais atenção e afeto a quem se encontra ao nosso lado. Relacionar parece ser uma coisa de outro mundo, uma dificuldade suprema, uma preguiça tediosa e insana de entender o outro, conhecer o outro, se ver no outro...

E vamos engessando nosso coração e mente como se fosse a dureza da cal, a certeza de nossa misericórdia afetiva.

Esse novo caminhar da sociedade, nos faz parecer como psicóticos sociais sem forças motrizes para mover-se em direção ao consciente. Vivemos assim, presos em seus espectros, sem conseguir sequer esboçar os sentimentos que possuímos.

Também, penso, se conseguem falar sobre eles (os sentimentos), não conseguem ir além disso... Se esforçam, mas como marionetes, estão presos nas densas cordas do destino.

Pobres brinquedos sem alma. Pensam que sabem demais. Mas nada sabem. Vivem por viver. Traçam rotas e planos achando que fazem por si, mas esquecem das cordas aos quais estão presos. Sonham voar alto feito pássaros que singram os céus, mas ao olharem para cima só veem as astes aos quais pertencem. Todo seu reino se traduzem em uma latente agonia...

Que destino cruel esse, ser boneco de cordas.

domingo, 6 de setembro de 2015

A Riqueza na Simplicidade...

Se tem uma coisa que admiro no ser humano é a sua essência... Admiro, porque a essência da pessoa nada tem a ver com a educação que foi dada, com o patrimônio adquirido, com o grau de influência que tem com esse ou aquele escalão elitista.

Nada se compara a pessoa que se destaca por seus bons argumentos, seu senso de humor aguçado, sua imprevisibilidade... 

Não tenho o hábito de repetir ou escrever "o que me contaram" mas recentemente deu-se um fato que muito me marcou, poderia ser apenas um inusitado "boa tarde!" se não me fizesse meditar profundamente sobre a natureza humana, seus egos e novamente a sua essência. 

O fato é que numa volta do trabalho para a casa, um amigo se encontrou em um semáforo, num dia de sol causticante. Ele, em seu carro importado, ar condicionado e boa música a servir-lhe de refúgio ao calor e tédio - foi abordado por um vendedor ambulante, desses que vendem balas... E sem o menor ar de confronto ou desrespeito, sorriu abertamente e disse: - " Ei cara, quando acabar me devolve o meu carro!"

Meu amigo, misto que surpreso e satisfeito com a coragem e com o bom humor do cidadão, ali, sob o sol de quase 32 graus, respondeu de pronto: - " Claro amigo, só tomei emprestado, terminando, te devolvo." 

Dito isso com o mesmo sorriso largo e doce com quem foi dirigido, meu amigo se lembrou que também nasceu pobre e que lutou muito para chegar onde chegou. O sorriso sincero e humilde deste vendedor, foi um brinde para este amigo que me contou esta história... Pobreza não mata ninguém. O trabalho, quando honesto, não mata ninguém, não é desonra e nem o torna menos nobre. Muito pelo contrario, mostra o lado honesto e simples de se viver. 

Há diversas maneiras de contar a mesma história. Este meu amigo, ao contá-la, trouxe-me as suas verdades, suas dores, não por ser rico e envergonhar-se de ter um padrão financeiro que nem eu mesma tenho. Mas por não se importar-se de ter a origem que tem, de se igualar em trabalho e humildade aquele ambulante... O respeito atravessa as classes trabalhadoras e os cargos aos quais ocupamos na sociedade. Pé no chão ou carro importado, somos todos seres humanos que se encontram aqui de passagem e cumprem cada um o seu destino, a sua etapa de evolução.

Ter posses e ser avarento é como ser pobre e comer pão duro.
Ser pobre e ficar feliz com uma refeição magra e compartilhada é porém, a mais honesta das bem aventuranças com o mundo. - O olhar sob o outro nos transforma se formos generosos com nossos iguais. Sem medo do que é espontâneo, do que é sincero. - Quem nos garante que este simples vendedor possa vir a ser o milionário de amanhã?

A riqueza é o nosso coração aberto em todos os momentos da vida. O dinheiro favorece sim, a construção de homens e mulheres mais preparados ao fazer o bem pela humanidade e por si mesmo. Caridade, trabalho, altruísmo e acima de tudo paz no coração, trazem consigo, sorrisos largos, muito largos, sejam sob o sol quente da tarde, ou sob o teto refrigerado de uma BMW.

Paz e Bem. Sempre!





segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Fronteiras...

No universo do ser humano existem muitas fronteiras. A do coração e a da razão são as que mais me instigam.

Tenho meditado nos caminhos que convergem ao limiar destas duas fronteiras. - Quando estamos naquela fase crítica em que ambas escolhas parecem certas, ou o medo de errar e se machucar nos manobra para caminhos frios e sabáticos da trilha racional... Temos, em diversos momentos da vida, frieza do caminho pragmático e acertivo. Focamos no alvo e vamos seguindo feito mochos em busca de aceitação. Somos cegos, surdos e mudos em viva voz a silenciar toda e qualquer fonte de sentimento e compaixão a nós mesmos. Sacrificamos o nosso essencial e devotamos aquilo que nos promove.

Natural. Somos humanos. Dependemos de nosso trabalho e escolhas feitas ao longo de nossa tragetória.

Mas a alegria de um monge que passou toda a sua vida em devoção e amor não é menos válida?

Penso...

Os caminhos turvos que a vida nos elege as vezes nos coloca frente a frente com a cerca do nosso vizinho racional ou devotadamente santo... Coração e razão tem lá seus limites e seus caprichos...
Flor de pântano também tem seus mistérios e seus atributos embora esteja enraizada em solo argiloso.
A vida que se segue sem prumo é a vida de liberdade ou de libertação? - vai depender da entrega, da valorização do caminho que se escolhe e da paisagem que se quer ver.

A pouco tempo estive no interior de meu estado, numa cidade simples de poucos habitantes...

A naturalidade que essa gente vive e transmite seus conhecimentos é absurdamente arrebatadora. Nos tira do solo do "acho e estou certo" e nos arremete ao encanto da simplicidade de viver a vida como ela foi dada, permitida... Não é que estão enraizados neste solo simplório e condenados a uma vida modesta... Nada disso. São homens e mulheres fortes. São como plantas epífitas, que vivem sobre outra planta sem sequer extrair uma gota da seiva delas... Vivem com orgulho da vida que levam, dos dias de sol e de chuva, das buscas que se traduzem em uma jornada de trabalho. Sabem do valor que têm - Como a pitaya "saborosa" planta que se encontra nas copas das árvores daquele lugar... Planta de fruto rico em nutrientes, com efeitos medicinais poderosos e que podem chegar a valores exorbitantes...

Os nossos valores dependem muito de nossas fronteiras.

Nossos valores dependem muito de nossas vaidades.

Contemplando nossas verdades vamos dando as cores certas para cada estágio que nos encontramos. Vemos as conquistas feitas e as condições que as tornaram fáceis ou difíceis... Olhando a vida como um todo, temos um panorama aberto feito paisagem que pode ser fria como um prédio sem alma, ou alegre e divertida como uma casa humilde e com uma família numerosa dentro...

Tem coisas e verdades que ninguém tira da gente... É como olhar para o céu azul e ver as nuvens passando devagar... Enxergar nelas a sua missão no mundo, ou, encontrar nelas a coragem para o novo desafio. 

A maior conquista que possamos conquistar, não está em nenhuma das duas fronteiras. - Reflito - Porque se observamos o limiar do coração, nosso sentimento nos levará a vaidade de acreditar que nada nos poderá atingir... Se seguimos observando o caminho reto da razão, tantos cálculos nos trarão a certeza que seguiremos sozinhos e no final, nada ou ninguém nos aguardará... E em ambos os casos, nossa vaidade estará impregnada em nós mesmos com a falsa impressão de felicidade e de maestria.

Se a felicidade for embora o que sobra? A tristeza de não se bastar sozinho ou a razão do "eu disse que era para não seguir este caminho"?

Se a coragem e a certeza for embora o que sobra? A revolta pelos resultados sem sucesso ou o ser humano que olha firme para o seu caminho com a certeza de tentar novamente...

Tão humano ser imperfeito!!! Tão genialmente humano poder explorar todos os caminhos que se abrem como leque mostrando uma infinidade de rotas para tantos destinos diferentes...

Tenho um sonho. Voar. Como os pássaros, como as folhas soltas que despencam de uma árvore outonal... Quero voar pelos céus e ver os caminhos abaixo de mim... sentir o cheiro dos ventos... o beijo doce da vida em meus pensamentos... Testemunhar, plena, o segredo da vida... o não limite de fronteira alguma.

A vida. Somente ela, tem o poder de limitar a sua essência. 
Pense nisso.