quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Livres Para Voar... Minhas Divagações no Rio de Janeiro

Mais um passeio pela cidade maravilhosa e mais um parque para me deliciar com a flora e fauna nativa... Entre o verde da Mata Atlântica e hotéis, casas e avenidas, encontrei-me com espécies de tico-tico, canário da terra, coleiro, sabiás e tantos outros passarinhos... O calor explodindo em ardor de 43 graus em um verão que já se inicia quente; me encantei com as trilhas que me levariam inevitavelmente ao morro 2 Irmãos.

A liberdade tem seu preço. E acredite, para estes pequenos pássaros custa bem caro - No Brasil há uma lei que proíbe e condena quem caça ou mantem em cativeiro animais silvestres. Isso é crime previsto no código de Lei Ambiental (Lei 9.0605/98). - Embora estivesse em um Parque bem localizado e estruturado, vi que ainda há muito a se fazer em prol da natureza, aqui no Rio de Janeiro. Não encontrei bebedouros ou fontes para pássaros e os poucos nichos (?) de água estavam sujos e insalubres, talvez pela ausência de chuva, talvez pela falta de apoio do homem em direcionar seus esforços em criar pequenos bebedouros para os animais, no parque.... Mas, encontrei trilhas limpas, via para carros muito bem cuidada, totens com informação turística em vários setores, incluindo direcionamento para visitantes. Vi apenas um sanitário que infelizmente estava fechado... Horta orgânica: seca. Funcionários e seguranças bem treinados e educados.

Me senti liberta em vários momentos durante a minha caminhada no Parque 2 Irmãos. Enquanto caminhava me perdi em divagações sobre a liberdade de existir e no cativeiro que criamos em torno de situações, muitas vezes cotidianas... Como por exemplo. Ficamos presos a nossa rotina do dia-a-dia e muitas vezes deixamos de visitar, conhecer, alimentar-nos de emoção e recuperar em nós as asas que nos aproxima de Deus. Estar em contato com a natureza, inevitavelmente nos transporta a isso - Estar com Deus.

Aproveitei para iniciar meus votos para 2013. Meditar sobre meus propósitos e projetos para o ano vindouro e reconhecer em mim, todos os erros e acertos que vou deixar ficar neste ano e alguns talvez tentar mudar, consertar e quem sabe melhorar-me um pouco mais. Abracei de forma demorada e sonhadora algumas idéias.... Idealizar é como reconhecer logradouros dentro de si. Encontrar espaços que ligam você a um sentimento ou a uma nova ideia, um novo existir... E eu idealizei muita coisa boa e bonita para o ano que se aproxima...

A fome bateu forte e decidi descer a trilha e almoçar no Mirante do Leblon. - Assim, entre pensamentos, vertigens, suspiros para o mar sem fim, piscadinhas para alguns passarinhos, me vi livre para voar para braços seguros, para pousar em liberdade no coração de quem amo e reduzindo aos poucos as minhas chances de sobreviver em um mundo de tanta desarmonia e descrença...

No caminho de meus pensamentos e sensações, os passarinhos fizeram a ponte e o parque me emprestou a trilha, só isso. 

Caminhando... Passo a passo, chegarei lá.

Beijos de verão
Cau






quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Rio de Janeiro - Uma cidade que nos desperta para viver, meditar e curar-se a si mesmo.

Sou uma pessoa do tipo "a flor da pele"... Gosto dessas sensações que o mundo, as pessoas, a vida me provoca... Não me privo disto. Sei que muito do que escrevo ou faço é, muitas vezes, reflexo dessas impressões que me invadem a alma e faz de mim o que sou. - É estranho saber o que este universo que respiro e sinto provoca nas pessoas e que de alguma forma ao ler o que escrevo elas poderão sentir-se assim, é estranho e maravilhoso ao mesmo tempo acreditar que tantas emoções podem estar no nosso redor... Como uma cidade que nos desperta para viver, meditar e curar-se a si mesmo.

O Rio de Janeiro me provoca isso. E como não poderia ser diferente, ao acordar e ver pela janela do quarto o Cristo de braços abertos, a brisa fresca numa manhã de sol a trazer-me ares da mata e pássaros de todas as espécies a cantarem para mim num passeio ao final de tarde; como não ser "todos sentimentos num único corpo e mente" numa caminhada noturna na orla da praia da Barra...

Não consigo imaginar uma pessoa tendo problemas de depressão numa cidade como esta... É maravilhoso! Simplesmente ver o mar, ou caminhar pelas alamedas, sentir a brisa quente e úmida vinda da praia, ou em casas mais modestas, mas ricas de valores e íntegras de respeito e afeição ao próximo, degustar um refresco na lage e olhar o que o horizonte descortina.

O Rio de Janeiro, assim como qualquer cidade tem suas características, suas belezas... Cabe a nós termos a sensibilidade de "a flor da pele" irmos nos curando de nossas dores, de nossos medos, de nossos pessimismos... Nos libertando destas inexplicáveis armadilhas que nos fazem zumbis. Nestes dias de ar fresco e sol quente, venho meditando sobre isso... Sobre o poder da vontade diante da ganância do mundo e das pessoas em quererem ter mais do que ser mais... E ser mais é tão lindo e mágico como um sopro divino.

Visitei casas modestas aqui. E conheci o paraíso da humanidade diante do outro ser.... Explico. Passei o natal na comunidade da rocinha. E entre comidas gostosas, afagos generosos, brincadeiras divertidas que nos levaram a muitas gargalhadas e fotos engraçadas, vivenciei algo que gostaria de compartilhar com todos:  Vivenciei o milagre do amor ao próximo em sua essência, sem egoísmo, sem luxos, sem determinar se esta ou aquela atenção deve ou não ser privilegiada... Compartilhar uma ceia de natal em família e entre amigos e reverenciar o mistério da natividade é um momento privilegiado para todos cristãos, mas para mim, neste natal o significado foi outro. Foi de voltar a ver a vida de maneira simples. De viver a benção dos dias na alegria de ver no outro a sua própria felicidade... Eu vi e senti isso na noite de natal e também ao conhecer outras pessoas nesta comunidade, interagir com elas, ouvindo suas histórias, suas pequenas e grandes conquistas e acima de tudo o amor incondicional a suas origens e ao seu mundo, que humilde e simples é o paraíso de toda a humanidade.

Ah! Se todos os povos abrissem suas casas como um morador da rocinha abre para seus visitantes... com o coração aberto, alegre e feliz pela visita... Como seria a humanidade se todos se sentissem verdadeiramente satisfeitos com suas vidas e com suas conquistas, se, por um único momento, pudessem acender suas luzes e dizer... Nasci para o mundo de forma simples e é de forma simples que quero morar.

O Rio de Janeiro continua lindo em janeiro, fevereiro e março... Continua, porque é grande demais para receber, mineiros como eu, nordestinos, gringos e estrelas de cinema... Continua lindo com suas praias famosas e recantos que só os moradores conhecem... Lindo pela sua característica única de ter e saber viver a vida com simplicidade... Entre as ondas do mar, o verde das serras, o tom escuro das montanhas abriga, abraça,cura e ama as pessoas com o amor incondicional do Cristo Redentor.

Bom verão a todos.

26/12/2012
Por Cau Oliveira, verão carioca 










segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

E Se o Mundo Acabar no dia 21/12...

Não acredito que você acredita nessa esparrela!!!
O mundo não vai acabar não!!!

O chão não vai se abrir e nenhum gás tóxico irá nos sufocar, nenhum cometa irá riscar o céu e nos bombardear, nenhum asteroide, satélite, lixo cósmico ou ET irão despencar do alto feito uma rajada de mísseis sobre nossas casas e cabeças... 

Sabe o que eu acho disso tudo?

Acho que os Maias eram incrivelmente inteligentes para saberem que mil anos depois, "nós", os tolos do século vinte um, iríamos cair nesse conto do vigário. - Tá legal que o Nostradamus era um cara inteligente e meio pirado, mas os Maias foram além das profecias, eles eram mestres da malandragem! - Eles construíram um calendário incompleto para a gente aqui, ao final dele, termos que definir se acaba o mundo, acaba o calendário ou acaba a nossa paciência diante de tanta bobagem.

E não vai me dizer que não é uma grande sacanagem se o mundo acabar dia 21/12 e você não ter tido tempo de fazer tudo que sempre sonhou, conhecer os lugares que sempre quis, jogar na cara daquele vizinho chato que ele é um mané, rezar pelo menos uma vez pedindo perdão pelos seus pecados, pecar de novo, desejar a mulher (ou o homem) do próximo, e de quebra ter ganhado na loteria esportiva!!!

Pra mim, a maior das sacanagens dos Maias é saber que eles não conheciam o futebol e ainda assim nos sacanearam com essa história de final do mundo... Ah! Se conhecessem, teriam inventado uma tabela, um jeito de manipular o esporte de tal forma que o nosso time de futebol sempre ganhasse... Seria a chance que faltava para ver meu time chegando a uma final e GANHANDO.

Bom, pessoal, se o mundo acabar, nos encontraremos na fila para a entrada na casa de São Pedro, se por acaso formos barrados, talvez tenhamos alguma chance de conhecer um marciano e irmos de mala e cuia para Marte... Se bem que no céu não tem como levar malas e nem mesmo cuias....rss

Inté pessoal.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Pensamentos de Vaga Solidão...


" Não tenho o todo de seu tudo... escapa-me.
Mas acredito piamente que neste escapar, vai um bocado de mim em ti também"

"É tão imperfeito o meu amor... tão singelo e imperfeito que me faz feliz assim, sem grandes alardes, sem grandes exaltares, sem grandes rubores... me faz permanecer extática e imóvel sentir o frescor da brisa que arranca de mim, feito flor, todo aroma de uma primeira florada"

"... e então a chuva cai lá fora, cai como quem anuncia novos ares, novos rumos... uma pomba se esconde por entre os galhos da pitangueira e apruma-se, arvora-se, empluma-se... ela sabe que a chuva brinca com a alma de passarinho dela... ela sabe que é tempo de regozijar."

"Gosto quando fazemos planos... Quando ousa e me olha nos olhos e suave me beija... Tudo em você me conquista e me deixa languida, escorrida feito mel que escapa pelos cantos da boca"



Linda noite mes amis...

Créditos da imagem: http://www.garancedore.fr/

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Maçã e o Medo de se Expor...


Tenho tentado ser mais discreta. Se é que posso ser assim mantendo minha essência, minha personalidade e minhas convicções. Aos quarenta e alguns anos, a gente já cria uma certa identidade com o mundo, as pessoas já conhecem você pelas suas regras, seus valores, brincadeiras e porque não, também pelas suas manias e seu pior lado... E eu sei que nem sempre as pessoas entendem seus medos, suas paixões e seus defeitos... Ainda assim, venho tentando encontrar-me diante dos novos caminhos e sonhos que hoje busco para mim.

Deve ser natural este medo e esta insegurança. Tem tanta inveja no mundo! Mas também deve ser natural morder a maçã e se deliciar com ela... Morder feito comercial de tevê que mostra um mundo deliciosamente novo e de fantástico sabor... Se é bom, porque o medo? Não sei dizer... Nada temos a perder ao expor nossas emoções, talvez, tenhamos mais a lucrar, porque a vida de alguma maneira conduz a gente a cada momento especial, a cada fase de nossa história... O destino tem essa peculiaridade, este dom - Ele reprime, interage, conecta e traduz as emoções e sentimentos com tanta força, com tamanha energia, que todo nosso universo fica de pernas para o ar, nosso coração aos saltos e nossa razão repleta desta sensação de descontrole.

Não me expor, conscientemente, laconicamente, me sinto sufocada, em busca de um alívio para este meu tempo presente, um sabor para minha maçã... Deveria ser natural, como é natural apaixonar-se. Amar o outro, aceitá-lo e ir juntos além de seus mundos, de seus sonhos abandonados e reprimidos pelo medo... Compartilhar o olhar sobre o que ficou para trás e também o que se descortina a frente. 

... me lembrei de Leo, que em tão pouco tempo, conheceu o amor de sua vida, reconheceu-se nele e com ele  foi morar... O amor que não se explica encontrou-se com a ausência de medo de ambas as partes e o que pode parecer absurdo para as famílias, amigos e conhecidos, é na verdade o início de uma linda história de amor... Eles morderam a maçã deles, e ela é incrivelmente doce.

Beijos da Cau

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Na Corda Bamba do Sentimento...

Equilibrar-se. Ah! Como se pudéssemos ser equilibristas em nossa monótona diretriz dos dias... 

Caminhar em uma corda bamba dos sentimentos e sensações que nos torna fortes e frágeis; meninos e senhores de nosso destino...

Equilibrar-se. Como pode ser tão comum isso, sendo assim tão complicado de expressar? 

Toda nossa existência se baseia em sentimentos e sensações, num pulsar que se repete dia após dia, da hora que nascemos até nosso último fechar de olhos... Somos todos feitos de sentimentos mistos num respirar e pulsar que nos eterniza e nos condena a sermos únicos, miseravelmente únicos. E eu explico: Todo ser vivo é único em sua existência, em seus potenciais e seus valores - da planta que você rega e enfeita sua janela, o cachorro que faz festa a sua chegada, o pássaro que voa livre sob o céu; e você, que se sente as vezes tão comum e tão sem estímulos.

E justamente quando você se sente assim, comum, todo o resto se torna melhor que você e todo seu ser se torna miserável, embora conserve em seu cerne, todas as potencialidades... Então  você se esquece que tudo que procura está em você e não no meio que vive, não na corda bamba que divide seus sentimentos e emoções...

É horrível se sentir inferior, principalmente quando este sentimento se torna maior que sua vontade!

Perdemos a alegria e o entusiasmo, perdemos nosso brilho... Sabe quando olhamos para dentro de nós mesmos e vemos uma prisão? Consegue entender isso? É praticamente sobre um abismo que sentimos nossos pés balançarem em nossa corda bamba... É precioso demais este momento também, porque é nesta hora que ouvimos nosso coração dizer de forma consciente, que precisamos ousar. Ousar no sentido de ficarmos bem com nosso ser ou libertá-lo desta prisão... E se conseguimos fazer isso, deixamos de ser miseráveis. Passamos a não ceder mais às estratégias da razão.

A gente cria armadilhas de todos os jeitos, já percebeu? Temos medo de ter medo!!! Olha só que loucura!!!
Mal sabemos andar na nossa trilha de forma correta e harmoniosa e já estamos tirando conclusões erradas sobre o que virá pela frente - Essa brincadeira de tentarmos sermos Deuses simplesmente não dá certo. NÃO SE PODE ESCRAVIZAR UM SENTIMENTO. - Isso mesmo. Não estamos engessados, somos fluidos, somos etéreos, somos essência, não há como a consciência aprisionar nossa essência. Lindo isso, porque significa que por mais bamba que esteja nossa corda, e mais trabalho tenhamos em nos equilibrar, não importa para que lado dela sejamos lançados feito pequenos pêndulos, não importa os azares, os perigos e os equívocos.... Nada disso importa! É sério!

Nada disso importa porque você se torna um descrente, e assim, o imprevisível pode acontecer. O novo pode aflorar e mostrar-se como ele de fato é. Olha quanta magia há nisso! 

O imprevisível é a vida que pulsa. É a vontade da existência, os sentimentos não rejeitados se tornando libertos.

Seja um "descrente" e observe que tudo que sua consciência, por medo, aprisionou, cai por terra. Tudo se reduz como se fossem poeira! Se você for um descrente de seus medos, sua natureza passa a reavaliar o mundo que o cerca, de outra forma, sem adulterar-se, sem torturar-se demais por incapacidade de saber se seguirá em frente em sua corda ou cairá para algum lado.

E daí se cair? Pode ser bom também ver as possibilidades de quem está ao seu lado, e ao seu lado caminha... E daí se seu foco modificar? Quer grandeza maior em poder progredir e avançar descobrindo novas possibilidades e novos valores? E daí se seus amigos já não são seus amigos e se seu grande amor deixou de existir? Construa novas pontes, respire novos ares, busque transformar-se a si mesmo.

Cada sentimento pode e deve ser construído e lapidado. Expurgado ou abençoado. Cabe a você identificá-lo e transformá-lo dentro de si. Equivaler-se não é fácil, nunca foi e jamais será. A boa notícia é que nada poderá escravizar aquilo que você traz dentro de si. - Que seja AMOR, então.

Love.
Cau Oliveira






domingo, 2 de dezembro de 2012

Fraqueza...


‎"... Tenho um fraco para com as letras. Não sei explicar o porquê, talvez seja pelo fato de esconder-se e mostrar-se aos meus devaneios e sutilmente (?) deliberadamente fazer-me presa em sua teia..."



Lindo domingo a todos!