terça-feira, 22 de outubro de 2013

Quarenta e poucos... Quarenta e tantos.

São quarenta e poucos anos e agora tenho que lidar com os primeiros sinais de expressão, os primeiros retornos da vida diante das minhas escolhas na juventude, as marcas da alma diante dos vacilos e tantos erros. São quarenta e poucos motivos de chorar, se arrepender, sorrir e também de pensar que serei eu daqui a outros quarenta e tantos...

Me vejo nua diante do espelho e tento entender as novas curvas do meu corpo; meus novos contornos me identificam como uma mulher madura e absolutamente plena de seus dias.... E nesses dias que passam, sejam eles lentos ou não, me mostram o que sou - na passividade das escolhas, na sofreguidão dos delírios, nos declínios de tantos sentimentos.

Algo indesejável me incomoda como uma melancolia que surpreende de quando e vez. Talvez seja esta indecifrável sensação e certeza de que ainda falta um objetivo real e concreto para estar seguindo a diante, talvez esta vontade de ser mais compreendida e ouvida, talvez este universo paralelo que me absorve e que torna minha alma uma retirante entre o perímetro da vida concreta e a do faz de conta.

Não critico minha alma, a deixo livre, deixo-a sonhar. Posso condená-la por sonhar? Posso ser eu tão crédula a ponto de prendê-la de vez em uma vida sem norte?

Melhor deixá-la refugiar-se de quando em quando neste mundo de sonhos... Quem sabe assim, os quarenta e poucos cheguem aos quarenta e tantos, menos lúcidos, por certo, mas com um pouco mais de leveza e liberdade, um pouco mais generosidade e compaixão.

O mundo é tão grande e vasto... Meu coração é do tamanho de uma moeda perto dele; mas minha alma... Ah! Esta de tão grande e de tão livre, esta não tem tamanho.

Linda noite pessoal.

Créditos da imagem: internet

Um comentário:

Deixe seu comentário... adoro ler o que você pensa!