domingo, 13 de janeiro de 2013

Perfumando a Alma...

Estou em estado de pura essência. Tudo em mim exala o amor universal e isso é tão divino!

Tudo começou a um pouco mais de dois anos atras quando vivi um relacionamento que eu pensava ser para sempre (e que não foi?) só que eu não entendia as diferenças e as complicadas teias que um lançava ao outro na tentativa, funesta, de se preservar... E de tanto preservar uma identidade, uma privacidade, uma liberdade alcançada, acabamos nos tornando dois patéticos e desengonçados marionetes de nossos medos. O fracasso do relacionamento foi inevitável, o sonho de amor eterno lançado ao mar de lágrimas e uma avassaladora solidão conduziu a nau de cada um para portos tão distantes quanto nosso afeto.

A dois anos atras, meu amor era um punhado de letras e textos sobre coração partido...
A dois anos atras, todo meu universo era um amontoado de estrelas num céu permanente de uma alma machucada...

A pouco tempo, numa conversa informal, um amigo me confidenciou que o homem, na sua maioria, sofre diferente da mulher quando um relacionamento acaba, se entrega aos prazeres de baco, numa festa que parece não acabar, numa mística visagem de luxúria e hedonismo... Há também aqueles que acabam por acomodar-se na solidão dos dias, achando que tudo que vier está bom, e estando bom, pra que mudar (?) Seguindo assim, os dias sem muita ambição com o futuro, numa vida de seja o que Deus quiser...

Enquanto, nós, filhas de Eva, nos debulhamos em lágrimas e rasgamos, cartas, cartões que vieram com flores, apagamos e-mails, deletamos arquivos inteiros de fotos... Como se fazendo isso, apagássemos um pouco desta nódoa que como tatuagem fica grudada em nosso pensamento, nosso sonho, nossa percepção. - O fato é que de formas diferentes cada um vive seu luto, vive sua fase de esvaziar-se e conhecer-se a si mesmo, até poder criar novos laços, buscar novos caminhos, encontrar novos interesses...

É quando serenizamos a alma que conseguimos visualizar as marcas deixadas para trás sem a angustia do sofrimento, sem as expectativas frustradas do que poderia ter sido e sem a mágoa do adeus. Enfim, chegamos ao que poderia se chamar de "pessoa madura e bem resolvida"... Será?

Quando eu revelei que estou em estado de pura essência, é porque sinto que minha alma hoje está completa. Impregnada de mim. Transbordando meu EU para todos e tudo aquilo que eu sonho poder conquistar. Seja qual for minha relação com o meio ou com as pessoas, lá estou plena e sem medos... Entregue, infinita; meu corpo, meu pensamento, meu melhor sentimento... Tudo em mim sobrepuja a dor da solidão ao qual me lancei.. Sinto que precisei deste estado de latência, de adormecimento, para poder apurar ainda mais o que sou. Estava perfumando minha alma.

Meditando sobre isso tudo, me vejo maior e melhor do que eu era. Maior no sentido de grandeza da alma, mais generosa, mais intensa, me permito ser e deixar que sejam .... Melhor, porque consegui através da purificação dos sentimentos, buscar o melhor de mim, e assim, distribuir a quem quiser de mim compartilhar; e isso é lindo, é místico e puro. - É claro que já tinha ouvido falar nesta entrega, neste buscar-se a si mesmo, seja através de meditação, filosofia ou alguma religião devocional.... É claro que nas minhas buscas de estar mais próxima de Deus eu me vi várias vezes em estado de sutil evanescência; mas nem de perto havia me sentido assim - Pura. Tão pura quanto a água, tão pura quanto uma divindade...

A dois anos atras eu não sabia que só perfumando a alma é que exalamos o perfume de Deus. Hoje eu sei.
A dois anos atras eu não sabia que o amor verdadeiro sobrepuja a dor e a solidão dos dias. Hoje eu sei.

Resgatei a minha alma e perfumei a minha vida... Te desejo o mesmo.

Com todo meu amor.
Cau Oliveira

2 comentários:

  1. Lindo seu texto.
    Escrito com muito sentimento e verdade!
    bjs
    Luciete Valente

    ResponderExcluir
  2. A verdadeira essência vem do coração de Deus,invade nosso ser, inunda nossa alma. Mel

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário... adoro ler o que você pensa!