domingo, 4 de novembro de 2012

Mas será o Benedito???


Originalmente Publicado em 25 de maio de 2011 

Quase todo mundo conhecia aquele velho senhor que ficava sentado num banquinho a tomar sol entre a esquina das ruas Horta Barbosa e Caconde. Esquina calma do bairro Nova Floresta.

No alto de seus muitos e tantos anos, corpo magro, franzino mesmo, amparado por uma bengala talvez mais antiga que ele e com um inconfundível “boné de aposentado” que o protegia do vento, sol e muitas vezes da chuva que vinha mais ligeira que seu caminhar podia buscar abrigo.

Passantes o cumprimentavam durante suas caminhadas pela manhã. Crianças o tomavam a benção ao ir e na chegada da escola… E ele sempre com um sorriso acolhedor parecia ser um membro da família da gente.

Pois não é que ele de repente sumiu e virou comentário na vizinhança? Será que morreu? Acamado? Onde ele mora? É parente de quem? – Nada se sabia daquele senhorzinho franzino e de olhar suave; olhar de quem muito já viveu e que ainda não esqueceu de tudo que sabe. Experiências.

Pode parecer estranho, mas na falta de tempo para tantas coisas, essa simples criatura que tomava sol todas as manhãs num banquinho quebrado e humilde, cativou todos que passavam a sua volta, e sua ausência foi sentida. Virou comentário na mesa do bar do Roberto, pela boêmia Nova Florestense; assunto pra mais de dias para as carolas do bairro e mistério para as cabecinhas infantis.

Ele não apareceu ainda. Também não sabemos o seu nome, onde mora se tem família…

A correria do tempo não nos permitiu estreitar tanto assim os laços da boa vizinhança. Fica a torcida para que nada de ruim tenha ocorrido e que regresse rápido ao seu banquinho da esquina, que, diga-se de passagem, foi devidamente restaurado e pintado por um morador solidário.

Cau Oliveira.

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