domingo, 22 de dezembro de 2013

Três Dias Para o Natal.

Estamos a três dias para o natal. E bem antes, lá pelo mês de outubro, quando se comemora o dia das crianças a gente já começa a ficar com o gostinho de natal nas gôndolas dos supermercados... Aquele cheirinho irresistível de panetone começa a aparecer e pouco a pouco contagia nosso inconsciente.

Não demora muito e as lojas começam a iluminar suas vitrines com pisca-piscas, luzinhas de led e móbiles de todas as cores e procedências cada vez mais duvidosas... Made in China, EUA, Turkey... Sim amigos a Turquia superou os tradicionais enfeites da Cingapura e Taiwan. É a revolução natalina, eu suponho... Ou a massificação do produto.

E a gente sabe que o produto "Natal" já superou, a muito, a consciência crística. Entre nozes, presentes, aves e assados numa mesa farta, os sonhos são caros e as vontades cada vez mais excêntricas... O pequeno príncipe que nasceu na manjedoura e durante toda sua vida pregou a paz, por certo continua vivo no presépio bem ornado (made in Italy) e luzes com mais de 10 modalidades de acendimento... Adorável bebê que entre muitos convidados não chova e não se faz ouvir.

Porém, em mesas mais simples, em casas muito mais modestas ele de fato seja celebrado... Numa oração em família e entre pequenos e delicados presentes feitos pela mão pobre e calejada.

Vi em páginas das redes sociais a decoração natalina de várias cidades. Visitei e me encantei com a decoração feita na minha, inclusive... Vi que de fato, a praça é do povo e que pelo menos esta magia ainda é igual para todos... Nos tornamos uma igualdade diante das luzes de uma praça, comungamos o mesmo desejo perante os demais, sonhamos o mesmo sonho de amor, paz e justiça social ao abraçarmos o Papai Noel de brinquedo...

Me lembrei de uma casa modesta que visitei anos atrás nesta mesma época... Um galho seco com algodão enrolado, caixinhas de fósforo embrulhadas para presente penduradas em forma de adorável adorno, isso tudo bem em cima de uma televisão antiga, tubo, com uma imagem cada vez mais falha... Havia também um presépio feito de barro e muita luta, antigo presente que sobreviveu a gerações e gerações em um lar modesto, mas cheio de amor, cheio de fé, cheio de esperança.... Esperança esta que ainda sobrevive nos olhos cheios de vida e vigor daquela senhorinha miúda, de andar lento e mãos enrugadas. Mãos que oram agradecida pelos dias, pela saúde (ainda que frágil) e pela família unida.

Talvez, Jesus prefira nascer numa manjedoura assim, nesses dias de led e muita luz, talvez Jesus seja mais um sobrevivente made in Nazaré que geração após geração, tenta se manter vivo entre tantas modernidades.

Boas festas.

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