domingo, 6 de setembro de 2015

A Riqueza na Simplicidade...

Se tem uma coisa que admiro no ser humano é a sua essência... Admiro, porque a essência da pessoa nada tem a ver com a educação que foi dada, com o patrimônio adquirido, com o grau de influência que tem com esse ou aquele escalão elitista.

Nada se compara a pessoa que se destaca por seus bons argumentos, seu senso de humor aguçado, sua imprevisibilidade... 

Não tenho o hábito de repetir ou escrever "o que me contaram" mas recentemente deu-se um fato que muito me marcou, poderia ser apenas um inusitado "boa tarde!" se não me fizesse meditar profundamente sobre a natureza humana, seus egos e novamente a sua essência. 

O fato é que numa volta do trabalho para a casa, um amigo se encontrou em um semáforo, num dia de sol causticante. Ele, em seu carro importado, ar condicionado e boa música a servir-lhe de refúgio ao calor e tédio - foi abordado por um vendedor ambulante, desses que vendem balas... E sem o menor ar de confronto ou desrespeito, sorriu abertamente e disse: - " Ei cara, quando acabar me devolve o meu carro!"

Meu amigo, misto que surpreso e satisfeito com a coragem e com o bom humor do cidadão, ali, sob o sol de quase 32 graus, respondeu de pronto: - " Claro amigo, só tomei emprestado, terminando, te devolvo." 

Dito isso com o mesmo sorriso largo e doce com quem foi dirigido, meu amigo se lembrou que também nasceu pobre e que lutou muito para chegar onde chegou. O sorriso sincero e humilde deste vendedor, foi um brinde para este amigo que me contou esta história... Pobreza não mata ninguém. O trabalho, quando honesto, não mata ninguém, não é desonra e nem o torna menos nobre. Muito pelo contrario, mostra o lado honesto e simples de se viver. 

Há diversas maneiras de contar a mesma história. Este meu amigo, ao contá-la, trouxe-me as suas verdades, suas dores, não por ser rico e envergonhar-se de ter um padrão financeiro que nem eu mesma tenho. Mas por não se importar-se de ter a origem que tem, de se igualar em trabalho e humildade aquele ambulante... O respeito atravessa as classes trabalhadoras e os cargos aos quais ocupamos na sociedade. Pé no chão ou carro importado, somos todos seres humanos que se encontram aqui de passagem e cumprem cada um o seu destino, a sua etapa de evolução.

Ter posses e ser avarento é como ser pobre e comer pão duro.
Ser pobre e ficar feliz com uma refeição magra e compartilhada é porém, a mais honesta das bem aventuranças com o mundo. - O olhar sob o outro nos transforma se formos generosos com nossos iguais. Sem medo do que é espontâneo, do que é sincero. - Quem nos garante que este simples vendedor possa vir a ser o milionário de amanhã?

A riqueza é o nosso coração aberto em todos os momentos da vida. O dinheiro favorece sim, a construção de homens e mulheres mais preparados ao fazer o bem pela humanidade e por si mesmo. Caridade, trabalho, altruísmo e acima de tudo paz no coração, trazem consigo, sorrisos largos, muito largos, sejam sob o sol quente da tarde, ou sob o teto refrigerado de uma BMW.

Paz e Bem. Sempre!





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário... adoro ler o que você pensa!