sábado, 4 de abril de 2015

Olhares.

A vida é feita de olhares. Olhares que nos prendem ao mundo, as pessoas e ao que verdadeiramente nos interessam. Não vemos, embora temos a percepção de - não vemos aquilo que não nos interessa ou que não nos convém. Se comove, vemos. Se o coração salta aos olhos, vemos. Se o coração aperta e a voz embarga, vemos... Mas será que vemos tudo mesmo?

Gosto de ver o sorriso nos olhos das pessoas naquele momento que a gente percebe que não precisa de muita coisa pra ser feliz. Ou, ver a simplicidade daqueles que tem muito e se sentam ao lado de quem nada tem com tanta simplicidade que a gente nem percebe que esta pessoa é assim, tão importante...

O olhar pela generosidade humana é o que mais me tem atraído nos últimos meses. Os pequenos gestos que a alma percebe e só quem tem um coração imenso e cheio de brandura consegue ver... Assim como o Pequeno Príncipe de Exupéry que encontrou em sua rosa uma jornada de uma vida inteira, a generosidade se expande e transforma a vida das pessoas que estão ao redor.

Tenho meditado com muito zelo e carinho neste universo em particular, onde ainda que tenhamos nossas falhas, nossos apegos, nossos desafios, em algum momento a dor do outro passa a ser a nossa, e neste momento a sensação, o sentimento, a energia é muito maior que todo ou qualquer tipo de bem material ou apego... Está acima de nosso ego, está preso no olhar do outro que chora ou desnuda sua alma, esse olhar que transforma o mundo, o universo particular é imensamente belo, imensamente humano e de tão simples e singelo se torna quase angelical.

A generosidade é para mim um dos exemplos mais bonitos e edificantes que conheço. Ela é abrangente, é acolhedora e acima de tudo é silenciosa - É como  amar em silêncio, em segredo, é como pétala que dança solta ao vento sob a proteção quase paternal desses olhares de querer bem. Se hoje sou forte é porque o vento soprou com muita força nesses últimos tempos e me moldou de alguma maneira... É como se em meu coração algo se fortalecesse mesmo sendo frágil. É como se a brisa que é leve esquecesse de como soprar e mesmo assim, moldada na rudeza do vento, eu pudesse ser eu mesma em todas as direções que a vida me levar.

Muito obrigada a esses olhares que me acompanham.

Linda noite pessoal.

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