Almoço em família.
Pense em uma família classe média, predominantemente feminina em um almoço de domingo... É assim que é a minha.
As tias vem chegando uma a uma trazendo pratos gostosos e casos relevantes ou não à mesa. As primas todas falando ao mesmo tempo, as bebidas sendo brindadas por tudo e por nada... os primos - minoria - meio que deixados de lado na varanda ou na sala de tevê, onde o futebol e os comentários sobre o jogo rolam solto, ora a favor ora contra... sabe-se lá.
O legal disso tudo é a leveza em que se fala de mil coisas ao mesmo tempo em um cenário tão comum para todos, como a cozinha da casa da gente... Eramos umas doze mulheres, acho, mas parecia um coro de mil vozes, mil sorrisos, mil conversas... todas elas falando ao mesmo tempo e sendo compreendidas!!! Até que surge o assunto da Japonesa.
Silencio.
Risos... Gargalhadas... Mil risos enlouquecedoramente femininos...
Mulheres são mesmo de enlouquecer qualquer homem quando estão reunidas matraqueando coisas muitas vezes sem explicação para eles. Foi o que aconteceu quando surgiu o assunto da bendita japonesa.
Imagine uma mulher pequenina no tamanho, pele delicadamente maquiada em cima de um salto altíssimo que a faz crescer pelo menos uns 20cm - Imagine essa mesma mulher, todas as manhãs fazer o mesmo trajeto de pegar um ônibus na rodoviária da pequena e aconchegante cidade do interior para a capital mineira... Todas manhãs encontra os mesmos camelôs vendendo badulaques e as mais diversas miudezas, até que um dia, um deles corre atrás dessa pequena mulher falando baixinho:
- Olha, eu tenho a japonesa, vai querer uma?
A japonesa, a japonesa, olha a japonesa!!!!
Mas que raio de japonesa seria essa? pensou: - Será que ele está pensando que sou travesti? - Indagou para si mesma, tentando desvencilhar, apressada daquele constrangedor assedio.
- Olha, eu tenho a japonesa, vai querer uma?
A japonesa, a japonesa, olha a japonesa!!!!
Mas que raio de japonesa seria essa? pensou: - Será que ele está pensando que sou travesti? - Indagou para si mesma, tentando desvencilhar, apressada daquele constrangedor assedio.
Na volta do trabalho, ao comentar com o marido, descobre, abismada, que a "tal japonesa" é de fato, uma pomadinha indiscreta que auxilia nos momentos mais discretos. - Sorri satisfeita. Ah! camelô safadinho, responde para si mesma. - Ainda não tô precisando disso não, obrigada!
Taí o motivo de tanto alvoroço feminino.